A 1ª Vara Criminal de Colombo aceitou na tarde desta segunda (15) o pedido de liberdade provisória dos quatro suspeitos de matar a jovem Tayná, de 14 anos, protocolado no último domingo (14), em regime de urgência pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR).

O pedido foi feito pelos promotores de Justiça Ricardo Casseb Lois e Paulo Sergio Markowicz de Lima, que atuam no caso. Segundo o órgão, a requisição da liberdade está fundamentado no fato de que os acusados já foram interrogados várias vezes no inquérito policial e cederam material genético para confronto com evidências. De acordo com a Promotoria, não seria mais necessária a manutenção da prisão para garantir providências investigatórias.

Além disso, os promotores sustentam que os acusados não demonstraram, até o momento, sinais de periculosidade que possa levá-los a praticar novos crimes.
A decisão de requerer a liberdade provisória foi tomada após o último depoimento dos acusados, ocorrido na noite deste sábado, 13 de julho, na Secretaria de Segurança Pública do Paraná, e acompanhado integralmente pelo Ministério Público. Durante o interrogatório, os acusados alegaram inocência e afirmaram que foram torturados para confessar o crime.

Para os promotores de Justiça, as provas que existem contra os acusados no inquérito, até o momento, não são suficientes para iniciar o processo criminal.

Secretaria de Segurança

Ainda nesta segunda, a Secretaria Estadual de Segurança Pública emitiu uma nota sobre o caso. Segundo o comunicado, o secretário estadual da Segurança Pública, Cid Vasques, esclarece que desde o primeiro dia em que houve divergência entre um laudo do Instituto de Criminalística e a linha de investigação que estava sendo seguida no caso da morte da menina Tayná Adriane da Silva, 14 anos, foi determinado um procedimento administrativo na Corregedoria da Polícia Civil para verificar qualquer irregularidade, distorção ou falha.

A nota afirma ainda que, tão logo apareceram as denúncias de possíveis torturas cometidas por policiais contra os quatro homens presos suspeitos de participação no crime, o secretário da Segurança Pública também determinou que a Corregedoria investigasse o caso, com rigor e agilidade. Foi determinada a exigência imediata de providências para a efetiva punição dos culpados.

Posteriormente, com os depoimentos dos presos, afirmando que sofreram tortura, foi instaurado um inquérito policial, também por determinação do secretário Cid Vasques. Desta forma, segundo suas orientações, conforme for sendo identificado o policial autor de tortura – por reconhecimento e por outros meios de prova – os culpados devem ter representação pela prisão temporária, a ser feita pela autoridade policial responsável pelas apurações.

A Secretaria da Segurança Pública reforça que este é um fato isolado e que não reflete o sério e árduo trabalho de repressão à criminalidade realizado diariamente pelos policiais do Paraná.

Investigação

A Secretaria de Segurança afirmou que toda a investigação do caso Tayná está sendo refeita. Por designação do secretário da Segurança Pública, os trabalhos estão sob responsabilidade dos delegados Guilherme Rangel e Rafael Vianna. Nos últimos dias, novas diligências foram feitas e outras pessoas foram ouvidas sobre o caso, totalizando mais de 30 horas de depoimentos.

Por conta de todas as especulações em torno do caso e para não atrapalhar o andamento das investigações, mais detalhes não serão divulgados no momento, finaliza a nota.

Denúncia de tortura

O Departamento da Polícia Civil (DPC) afastou temporariamente todos os policiais da Delegacia do Alto Maracanã, localizada em Colombo, Região Metropolitana de Curitiba, em razão das denúncias de tortura apresentada pelos quatro suspeitos.

Quem assumiu interinamente a delegacia desde o último domingo (14) até o fim das investigações sobre o caso da menina Tayná Adriane da Silva, serão os policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), comandados pelos delegados Amarildo José Antunes e Jairo Estorilio.

Serão oito agentes do Cope que ficarão responsáveis pelo prédio e segurança dos presos. As investigações e flagrantes serão realizadas pela Delegacia de Colombo/Sede, comandada pelo delegado Erineu Portes. Além disso, 12 presos da delegacia serão transferidos, ficando 22 no local.

O DPC informou ainda que o afastamento dos policiais é para que as investigações ocorram de forma transparente e sem interferências.