Pinguim é encontrado morto com máscara no estômago, no litoral de SP

Publicado em 17 set 2020, às 13h33.

Um pinguim foi encontrado morto com uma máscara no estômago na na praia de Juquehy, em São Sebastião, no litoral de São Paulo (SP). De acordo com o Instituto Argonauta, o animal foi encontrado dois dias após o feriado prolongado de 7 de setembro.

No dia 9 de setembro, a equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) do Instituto Argonauta para Conservação Costeira e Marinha foi acionada para recolher o pinguim morto na praia.

Qual o preço da vida marinha em meio aos excessos da pandemia? Animal morto era da espécie pinguim-de-magalhães

Conforme os especialistas, a espécie encontrada era um pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus). Além disso, o animal estava muito magro e com muita areia em todo o corpo.

Como protocolo de praxe, todos os animais mortos são recolhidos pela instituição e encaminhados para necropsia para identificar a causa da morte, e segundo a equipe técnica, o lixo em geral é frequente nos resultados dos exames de necropsia.

No pinguim, a máscara encontrada era uma N95.

pinguim
Foto: Divulgação/Instituto Argonauta

De acordo com Hugo Gallo, oceanógrafo e presidente do Instituto Argonauta, o descarte inadequado de itens essenciais para o enfrentamento do coronavírus estão sendo encontrados frequentemente nas praias.

“Nós já vínhamos alertando o aparecimento de máscara, e esse caso é a prova inequívoca de que esse tipo de resíduo causa mal e mortalidade também na fauna marinha, além da irresponsabilidade da pessoa que dispensa uma máscara em um lugar inadequado, pois é um lixo hospitalar com risco de contaminação de outras pessoas. São necessárias políticas de fiscalização na legislação que coíba com multa, e ainda trabalhar a colocação de lixeiras. O impacto não é somente na fauna, mas também na saúde e na questão econômica, porque tem que limpar a sujeira que as pessoas deixam. Está se tornando um problema crônico e de grande impacto”, avaliou o oceanógrafo.

lixo ubatuba
Foto: Divulgação/Instituto Argonauta