Beatificação de menina Benigna marca luta contra a violência à mulher
Na tarde desta segunda-feira (24) ocorre a beatificação da menina Benigna Cardoso da Silva, que morreu aos 13 anos vítima de golpes de facão por ter rejeitado um homem, na década de 40.
A cerimônia acontece na mesma data de sua morte, no Parque de Exposição Pedro Felício Cavalcante, no município do Crato, interior do Ceará.
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Cerca de 60 mil fiéis são esperados na oficialização do processo de beatificação da jovem. A cerimônia será presidida pelo representante do Papa Francisco, o cardeal brasileiro Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus.
Benigna
A futura beata brasileira nasceu em 15 de outubro de 1928, ficou órfã de pai e mãe ainda criança, foi adotada com os irmãos e criada até os 13 anos.
“Benigna, em vida, foi vista como uma pessoa santa. Era muito dedicada aos estudos – era a primeira da classe, caridosa, amante da natureza e dos animais, extremamente religiosa, com assídua participação na Eucaristia aos domingos”, conta o coordenador da pastoral da Paróquia Senhora Sant’Ana, de Santana do Cariri, Danilo Sobreira, ao site Vatican News.
Ele ainda relata que, quando Benigna recebeu de presente uma bíblia, a transformou em livro de cabeceira. “[…]ela lia as histórias e trazia para a sua vida como reflexão, transmitindo aos amigos e sendo até catequista por ensinar a Palavra de Deus. E também nutria devoção especial a Nossa Senhora do Carmo a quem sempre invocava para a livrar do inferno”, disse Sobreira.
Morte de Benigna
A história conta que, aos 12 anos de idade, a jovem começou a ser assediada por um rapaz chamado Raimundo Raul Alves Ribeiro, e ela sempre o rejeitou. O homem então armou uma emboscada quando ela voltava da escola.
“Após chegar da escola e quando ia buscar água próxima de casa: ele a abordou sexualmente. Ela rejeitou por ver no ato uma ofensa a Deus e, em consequência, ele a golpeou várias vezes com facão, tirando a sua vida. Desde então, ela é invocada como mártir, heroína da castidade, mártir da pureza”, finaliza o coordenador.
Após sua morta, alguns fiéis usavam seu nome durante as rezas pedindo-lhe ajuda. Conforme o Vatican News, as pessoas iam até o local onde ela foi assassinada acendiam velas e colocavam flores.