Cerimonialista do PR finge a própria morte para fazer festa de aniversário e revolta família
Amigos e familiares do cerimonialista Baltazar Lemos, famoso em Curitiba, ficaram revoltados após o homem fingir a própria morte para fazer a festa de aniversário de 60 anos. A “cerimônia de despedida” foi marcada na capela de uma funerária na capital paranaense e, ao relevar a mentira, o homem chegou a ser hostilizado e agredido nesta quarta-feira (18). O evento tinha até mesmo coroa de flores e fotos de memórias da vida do cerimonialista.
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A situação começou nesta terça-feira (17), quando Baltazar publicou na própria página nas redes sociais mensagens de despedida, dando a entender que havia morrido. Ainda, trocou a foto de perfil e fez uma publicação convidando para a “cerimônia de despedida”. Amigos e familiares ficaram chocados e entristecidos, e as postagens acumularam centenas de comentários lamentando a morte.
A última notícia que os amigos tiveram era de que ele iria fazer uma cirurgia, em São Paulo. Neste contexto, acreditaram que ele teria falecido durante o procedimento. Veja as postagens nas redes sociais:
Apesar de acreditar estar fazendo apenas uma brincadeira para saber quem iria ao seu velório, Baltazar não avisou nem mesmo a mãe, de 80 anos, e nenhum familiar de sua morte fake. Com a repercussão nas redes, um sobrinho do cerimonialista ficou preocupado e começou a investigar.
A especulação era de que Baltazar poderia ter sido vítima de algum golpe, tivesse sido hackeado ou ainda sequestrado. O sobrinho chegou a pedir que ninguém fizesse transferências bancárias.
Morte fake repercute
A família ficou sabendo que a notícia da morte era mentira no dia do evento e, revoltada, decidiu não ir a cerimônia. O sobrinho se manifestou nas redes. “Os demais familiares e eu estamos completamente arrasados com a possibilidade de tudo ser uma brincadeira de extremo mau gosto. Não somos coniventes com uma atitude dessa, especialmente nesse tempo em que a fabricação de mentiras tem levado a sociedade a um estado de crise e ódio”, escreveu.
Ao ser questionado sobre o que o levou a fingir a própria morte, o cerimonialista, que trabalha com funerais, contou que tinha curiosidade em saber quantas pessoas iriam no seu. “Muitas das vezes eu fiz cerimônias nesta sala onde tinham duas pessoas. Fiz nesta sala onde tinham 500 pessoas. Eu sempre quis saber: no meu vai ter alguém?”, disse.
“Eu não usei a palavra que eu morri, as pessoas entenderam que eu havia morrido. Cada um tem essa escolha, mas se procurar em tudo o que eu postei, não existe a palavra morte”, tentou justificar Baltazar. Ainda, o cerimonialista disse que tomou os cuidados para que a mãe e outros familiares ficassem longe das redes sociais e não sofressem com a situação, mas que a única pessoa que viu foi o sobrinho e que “levou à frente”.
Para amigos que caíram na tal “brincadeira” e que se comoveram com o falecimento, porém, o carinho deu lugar à raiva: “Eu tive vontade de matar ele, de verdade. Eu passei mal, quase fui internado, quase tive um infarto”, disse um amigo. Ao entrar no falso velório, o rapaz foi hostil com o cerimonialista.
Outra colega questionou a ação: “Você envolveu nós em uma coisa muito triste, nós passamos mal durante mais de 24 horas atrás de informação de você”, disse ela para Baltazar. “Eu tive uma crise de pânico de madrugada, muito forte, foi péssimo”.
Após revelar a “brincadeira”, Baltazar convidou os presentes para uma festa para comemorar o aniversário de 60 anos.