Diferença de renda por acesso ao saneamento básico na juventude é quase de 50%

Estudo do Instituto Trata Brasil aponta relação entre a escolaridade e saúde com o acesso a recursos de tratamento de água e esgoto

por Jorge de Sousa
Com informações da AEN
Publicado em 4 nov 2024, às 21h32.

O estudo “Futuro em risco: os impactos da falta de saneamento para grávidas, crianças e adolescentes”, do Instituto Trata Brasil, apontou que o acesso ao saneamento básico na infância e juventude aumenta em quase 50% a renda na vida adulta, em comparação com quem não teve esse recurso disponível.

Diferença de renda por acesso ao saneamento básico na juventude é quase de 50%
Ampliação do acesso ao saneamento básico impacta em melhores indicadores na educação e saúde. (Foto: José Fernando Ogura/AEN)

Segundo a análise do Trata Brasil, a diferença de renda ao longo da vida de um jovem que teve acesso ao saneamento durante sua infância e adolescência, é de 46,1% a mais do que aqueles que não tiveram o mesmo acesso.

Esse acesso também está relacionado com a escolarização. Dados do estudo apontam que 66,7% dos jovens de 19 anos em fim de escolaridade não contam com saneamento básico no Brasil. No Paraná, esse indicador é de 47,5%.

“Crianças sem acesso a saneamento básico podem ter acesso a alimentos contaminados, ter dificuldades na higienização e se expor, ambientalmente, à incidência de doenças. A falta de saneamento básico pode afetar, também, o acesso à educação, que, por sua vez, irá afetar o acesso ao trabalho, na adolescência e vida adulta”, explica Doutor em Economia pela Universidade Federal no Paraná (UFPR),Walcir Soares da Silva Junior, conhecido como professor Dabliu.

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O estudo apontou que a taxa de incidência de internações por doenças de veiculação hídrica e respiratórias na Primeira Infância no Brasil corresponde a 17,3. No Paraná, o indicador cai para 14,2.

Já na Segunda Infância e na Adolescência, que inclui também a incidência de doenças bucais, o indicador no Paraná é inferior a 0,8, enquanto a taxa brasileira é de 1,2.

“Os serviços de saneamento como coleta de esgoto e abastecimento de água tratada estão intimamente ligados com a expectativa de vida ao nascer e a expectativa de vida. Essa infraestrutura logo na primeira infância, tem um impacto muito relevante no desenvolvimento na principal fase da vida de uma pessoa. A primeira infância pode ser considerada um período sensível e também crítico, porque, se não forem desenvolvidas, pode ser muito custoso o desenvolvimento dessas habilidades mais tarde”, complementa Dabliu.

O estudo “Futuro em risco: os impactos da falta de saneamento para grávidas, crianças e adolescentes”, foi divulgado no mês de outubro pelo Trata Brasil.

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