Curso de Libras servirá como critério de desempate em concursos públicos de Londrina
Começou a valer, a partir de segunda-feira (7), a Lei Municipal nº 13.333, que estabelece o curso de Língua Brasileira de Sinais (Libras) como critério de desempate em concursos públicos e processos seletivos de Londrina, no norte do Paraná. Os cargos contemplados são aqueles que prestam atendimento ao público.
A lei, de autoria da vereadora e professora Flávia Cabral, também prevê a criação de uma central de intermediação oficial da prefeitura. O objetivo é auxiliar o poder Executivo a garantir a acessibilidade nos atendimentos, sejam presenciais, sejam remotos.
O curso de Libras não contará como fator de desempate para casos de contratação de professores com prova de título. A capacitação, no entanto, será pontuada conforme os valores dos cursos de especialização ou mestrado.
“A partir do momento que o curso de LIBRAS tiver peso diferenciado nos concursos, podendo definir os resultados, isso começa a gerar um impacto intenso em Londrina a médio e longo prazo, favorecendo milhares de pessoas. Funcionários capacitados poderão atender e encaminhar demandas diversas, seja um motorista de ambulância na área da saúde, um professor tradutor, ou intérpretes em geral, tendo a capacidade para prestar o devido suporte ao público que necessita, inclusive servidores. Este processo não irá gerar custos ao Município, ampliará o leque de atendimentos, além permitir a entrada de servidores mais preparados e gerar maior inclusão social.”
destaca a vereadora Flávia Cabral.
A intérprete e servidora da Educação há aproximadamente dez anos, Juliana Moralles, relembra o impacto da pandemia sobre as pessoas com deficiência auditiva, em especial, durante as transmissões feitas pela internet.
“A comunicação via LIBRAS é libertadora, e sabemos que na pandemia as limitações foram muitas com os períodos de fechamento e reclusão, criando ainda mais dificuldades a quem é surdo ou deficiente auditivo. A nova lei vem para quebrar barreiras e terá efeito substancial nos serviços municipais daqui a algum tempo. Estamos presenciando o começo de algo grandioso para Londrina e fico emocionada em poder estar participando.”
complementa a servidora.
Comemoração
Quem comemorou a sanção da lei municipal foi o servidor Carlos Eduardo Franzini da Silva, que trabalha na prefeitura há 25 anos. Carlos Eduardo é surdo e trabalha com manutenção de sistema e hardware na Vigilância Sanitária.
“Foram muitos anos para que eu pudesse me adaptar, bem como meus colegas de serviço, então foi necessário eu entender minha condição, ter paciência e me conformar. A lei é importante para que servidores e tradutores ajudem a população, que poderá ter acesso mais fácil aos serviços. A empatia do poder municipal com esta lei, e o cuidado com a comunidade surda, é importantíssima.”
destaca o servidor.