Jovem com a “pior dor do mundo” passa por procedimento que diminui a sensação

A jovem que tinha o objetivo de ser eutanasiada na Suíça, está fazendo um tratamento de quatro etapas em Minas Gerais

Publicado em 23 ago 2024, às 18h58.

Depois de quatro anos, a estudante Carolina Arruda, de 27 anos, relatou uma melhora na dor que sente. A jovem, tem neuralgia do trigêmeo, doença conhecida por provocar a “pior dor do mundo”.

A estudante já toma morfina diariamente
Carolina recebeu uma bomba de morfina no procedimento mais recente (Foto: Reprodução/ Instagram @caarrudar)

Diariamente, a jovem sentia uma dor de nível 6 e 7. “A dor foi para um nível 4. Fazia pelo menos quatro anos que não diminuía”, explicou a jovem em entrevista ao Estadão. 

O alívio do incômodo acontece após a jovem passar por uma nova etapa do plano de tratamento oferecido por médicos da Santa Casa de Alfenas, em Minas Gerais. No último sábado (17) ela realizou o segundo procedimento do plano: uma cirurgia para implante de bomba de infusão intratecal de fármacos.

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Na prática, um dispositivo é inserido no abdômen da paciente e, por meio de um cateter colocado no sistema nervoso central, libera morfina para o controle da dor diretamente no alvo.

“Uma vez que a bomba libera os medicamentos nos receptores da dor diretamente próximos da coluna vertebral, ao invés de viajar através do sistema circulatório, eles podem aliviar a dor com uma pequena fração em comparação com doses de medicamentos orais”, explicou Carlos Marcelo de Barros, diretor clínico da Santa Casa de Alfenas, presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED) e responsável pelo caso.

O caso

O caso de Carolina ganhou repercussão na internet após ela criar uma vaquinha online com o objetivo de se submeter à eutanásia na Suíça, país onde o procedimento é permitido. Foi nesse momento que médicos da Santa Casa de Alfenas ofereceram novas opções para tratar seu caso.

O plano de tratamento consiste em quatro etapas possíveis. Em julho, a jovem passou pela primeira delas, uma cirurgia para o implante de eletrodos neuroestimulantes. Eles imitam a onda elétrica de baixa intensidade das fibras nervosas que conduzem a dor pelo corpo e, dessa forma, podem modular o incômodo.

Embora tenha funcionado, o método não foi o suficiente para o caso de Carolina. Isso fez com que Barros optasse por seguir com o plano de tratamento, implantando a bomba de morfina.

Como terceira opção, está a cirurgia para descompressão vascular do nervo trigêmeo. Caso esse método também não funcione, há um quarto tratamento possível para Carolina: uma cirurgia de nucleotractomia trigeminal, que tem como objetivo interromper cirurgicamente a transmissão sensitiva do nervo trigêmeo.

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