Elon Musk deve testar os limites da liberdade de expressão após assumir o Twitter
Poucas horas depois que Elon Musk deu início a uma nova era no Twitter, nesta sexta-feira (28), o bilionário foi inundado com pedidos e demandas de titulares de contas banidas e líderes mundiais.
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A enxurrada de solicitações ressalta o desafio que o presidente-executivo da Tesla enfrenta, equilibrando a promessa de restaurar a liberdade de expressão e impedir que a plataforma desça para uma “paisagem infernal”, como ele prometeu em uma carta aberta a anunciantes na quinta-feira (27).
O ex-presidente norte-americano Donald Trump, que foi permanentemente banido da rede social por incitar violência após a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, saudou a aquisição. Mas disse pouco sobre um retorno de seu perfil.
“Estou muito feliz que o Twitter está agora em mãos sensatas e não será mais administrado por Lunáticos e Maníacos da Esquerda Radical que realmente odeiam nosso país.”
Dmitry Medvedev, ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, publicou no Twitter seus parabéns: “Boa sorte @elonmusk em superar o viés político e a ditadura ideológica no Twitter. E saia desse negócio da Starlink na Ucrânia”, referindo-se ao financiamento de internet na Ucrânia pela empresa de Musk.
Outros pediram a Musk para reverter as penalidades infligidas pela plataforma de mídia social. Em resposta a uma conta anônima com 852 mi seguidores, conhecida por ser uma grande apoiadora das alegações de fraude eleitoral de Trump e que disse que foi “banida”, Musk respondeu que iria “pesquisar mais hoje”.
“Ei @elonMusk, agora que você possui o Twitter, você vai ajudar a lutar contra a lei de censura online de Trudeau C-11?” escreveu na plataforma a Canada Proud, uma organização que trabalha para retirar o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau. “Primeira vez que ouvi”, respondeu Musk em um tuíte nesta sexta-feira (28).
A pressão está aumentando em Musk e no Twitter, já que ele deve se dirigir à equipe da empresa na sexta-feira após fechar o acordo. Musk não deu detalhes sobre como vai conseguir tudo isso e quem vai comandar a companhia. Ele disse que planeja cortar empregos, deixando os 7.500 funcionários da plataforma de mídia social preocupados com o futuro.
Ele tentou acalmar os temores dos funcionários do Twitter de que grandes demissões estão chegando e garantiu aos anunciantes que suas críticas anteriores às regras de moderação de conteúdo do Twitter não prejudicariam seu apelo.
Twitter, Musk e os executivos não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
Por Sheila Dang – Reuters