Musk acerta compra do Twitter por US$44 bi e promete derrotar bots de spam
Por Greg Roumeliotis
NOVA YORK (Reuters) – Elon Musk fechou nesta segunda-feira acordo para comprar o Twitter por 44 bilhões de dólares, em uma transação que transferirá o controle da plataforma de mídia social utilizada por milhões de usuários e líderes globais para a pessoa mais rica do mundo.
As negociações sobre o acordo, que na semana passada pareciam incertas, aceleraram no fim de semana depois que Musk cortejou os acionistas do Twitter com detalhes financeiros de sua oferta.
Sob pressão, o Twitter começou a negociar com Musk pelo preço proposto de 54,20 dólares por ação.
O negócio vai transformar o Twitter, uma empresa pública desde a oferta pública de ações (IPO) em 2013, em uma companhia de capital fechado.
“A liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento, e o Twitter é a praça da cidade digital onde são debatidos assuntos vitais para o futuro da humanidade”, disse Musk em comunicado.
As ações do Twitter fecharam em alta de cerca de 6% após o anúncio do acordo.
PRÊMIO DE 40%
O acordo representa um prêmio de quase 40% em relação ao preço de fechamento da sessão anterior a que Musk revelou que tinha comprado uma participação de mais de 9% do Twitter. Mesmo assim, a oferta está abaixo da faixa de 70 dólares em que o Twitter estava sendo negociado no ano passado.
Musk disse nesta segunda-feira a seus mais de 80 milhões de seguidores que a empresa tem um tremendo potencial e que ele quer melhorá-la com novos recursos, tornando os algoritmos de código aberto para aumentar a confiança e derrotar bots de spam.
“Acho que se a empresa tivesse tempo suficiente para se transformar, teria feito muito mais do que Musk está oferecendo agora”, disse Jonathan Boyar, diretor administrativo do Boyar Value Group, que detém participação no Twitter.
No entanto, acrescentou, “esta transação reforça nossa crença de que, se os mercados não valorizam adequadamente uma empresa, um terceiro eventualmente o fará”.
O movimento de Musk mantém uma tradição de bilionários comprando o controle de plataformas de mídia influentes, que incluem a aquisição do New York Post por Rupert Murdoch em 1976 e o Wall Street Journal em 2007 e a aquisição do Washington Post por Jeff Bezos em 2013.
A transação foi aprovada pelo conselho de administração do Twitter e agora está sujeita ao voto dos acionistas. Não são esperados obstáculos regulatórios, disseram analistas.
A Casa Branca não comentou a transação, mas afirmou nesta segunda-feira que o presidente Joe Biden há muito se preocupa com o poder das plataformas de mídia social.
“Nossas preocupações não são novas”, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki. “O presidente fala há muito tempo sobre suas preocupações sobre o poder das plataformas de mídia social, incluindo Twitter e outras, de espalhar desinformação.”
Em um comunicado preparado, o Twitter disse que Musk garantiu 25,5 bilhões de dólares em financiamento via dívida e empréstimos e que o bilionário também se comprometeu com investimento de 21 bilhões de dólares no negócio.
Não ficou imediatamente claro quem administrará o Twitter após a conclusão do negócio.
Republicanos aplaudiram o acordo nesta segunda-feira, apostando que a conta do ex-presidente Donald Trump será reincorporada ao serviço depois que o Twitter baniu o empresário após o ataque ao Congresso norte-americano por seus simpatizantes em 6 de janeiro do ano passado.
Porém, Trump, cuja empresa está construindo um rival para o Twitter chamado “Truth Social”, disse que não retornará ao Twitter, de acordo com uma entrevista à Fox News.
(Reportagem adicional de Nivedita Balu e Akash Sriram, em Bengaluru; Krystal Hu, em Nova York; Sheila Dang, em Dallas; e Andrea Shalal and Trevor Hunnicutt, em Washington)