Geada prejudica produtores de milho e favorece cultura de trigo

por Redação RIC.com.br
com informações da AEN
Publicado em 1 jul 2021, às 14h01.

As condições climáticas favoráveis à formação de geada trouxeram prejuízo para alguns produtores, como os de milho, mas pode ser positivo para os triticultores do Sul e Centro-Sul do Paraná. Estas são as primeiras análises do Boletim de Conjuntura Agropecuária elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, na semana de 25 de junho a 1º de julho.

O frio que atingiu o Paraná nesta semana provocou a formação de geadas de intensidade forte, sobretudo na metade sul do estado. Com isso, há possibilidades de se verificar maiores perdas nas lavouras de milho. No entanto, ainda é precipitado afirmar a quantidade que será impactado. O relatório de estimativa de safra, a ser divulgado no final deste mês, deve apresentar um panorama mais real.

A segunda safra de milho no território paranaense tem em torno de 1,8 milhão de hectares potencialmente suscetíveis a serem impactados pelas geadas. Essa estimativa de extensão é feita em razão dos diferentes estágios de maturação das lavouras. Historicamente, as regiões Sul, Centro e Oeste são as que têm mais perdas. No Norte do estado, onde está a maior área da plantação de milho, a ocorrência de perdas devido a esse fenômeno não é comum.

O plantio de trigo continua em bom ritmo no Paraná, chegando a 95% da área prevista. No entanto, o atraso no começo da implantação da cultura faz com que apenas 1% das lavouras esteja na fase da floração. As geadas ocorridas esta semana são preocupantes para esse porcentual.

Se forem verificados prejuízos, eles devem se concentrar no Centro-Oeste paranaense, com possíveis danos pontuais no Oeste, Sudoeste e Norte. Para as lavouras localizadas no Sul e Centro-Sul, onde o plantio sequer foi concluído, o fenômeno natural das geadas é positivo neste momento, pois favorece a aclimatação da cultura.

Outras culturas

Já o ciclo do feijão está praticamente encerrado no Paraná, com a colheita de 99% das lavouras. Mas os produtores têm como certo que haverá perda em relação ao previsto incialmente, em razão da estiagem em períodos fundamentais. Por enquanto, a estimativa é de 231 toneladas (46%) a menos que a produção inicialmente prevista.

Sobre a soja, o boletim do Deral destaca que os preços do complexo soja para os produtores continuam superiores aos verificados no mesmo período de 2020. Para o consumidor final, um dos produtos mais impactados foi o óleo refinado de soja. Em junho do ano passado, no atacado, a embalagem de 900 ml era comercializada, em média, por R$ 3,52. Agora, subiu 95% e é comprada por R$ 6,87.

 O documento cita que, neste primeiro semestre, o Mercado de Flores da Ceasa do Paraná comercializou 537,8 toneladas de flores com movimentação de R$ 4,5 milhões. Comparado com o ano passado, o aumento é de 100,7% em quantidade e 51,8% em valores. As rosas de corte lideram.

Na olericultura, o registro é da colheita de 76% da área de tomate de segunda safra. A área estimada é de 1.358 hectares com previsão de 83,7 mil toneladas, ou 4% a mais que na safra passada. O preço médio pago aos produtores pela caixa de 23 quilos é de R$ 48,13, um aumento de 14% em relação à semana anterior.

O boletim também traz informações sobre a evolução do preço do litro de leite recebido pelos produtores paranaenses, que tem se elevado. O mesmo ocorre no mercado varejista. Sobre os ovos, a análise se estende sobre a produção e as exportações que, neste ano, já alcançaram alta de 143,4%.

O documento fala ainda do favorecimento que as chuvas proporcionaram aos produtores de mandioca, que puderam acelerar para 40% o trabalho de colheita, além de iniciarem o plantio da nova safra. Com mais oferta de produtos, as indústrias de fécula e farinha retomaram as atividades, o que resulta em queda nos preços em todos os segmentos da comercialização.