Integrantes do Movimento Sem Terra (MST) acampam em terreno cedido pela rodoferroviária no centro de Curitiba (Foto: Rodrigo Félix Leal, Futura Press, Estadão Conteúdo)

‘Fizemos o convite a Lula. Vamos ver se ele aparece’, disse o coordenador da Frente Brasil Popular, Raimundo Bonfim

Aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não descartam a possibilidade de ele participar de um ato público em Curitiba, na noite desta quarta-feira, 10. Segundo pessoas próximas a Lula a decisão será tomada apenas após o depoimento à Justiça Federal.

“Não está descartada a hipótese, mas o ex-presidente só vai decidir sobre isso depois do depoimento”, disse o ex-ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República na gestão Lula, Gilberto Carvalho, um dos seus principais interlocutores.

Para Carvalho, a principal preocupação é evitar que o interrogatório se transforme em um ato político. “Vamos fazer disso um ato de solidariedade a Lula e um debate político contra as reformas”, disse.

“O presidente Lula vai decidir só depois do depoimento essa questão. Vai ser analisada por ele e seus advogados no momento oportuno”, completou o deputado Paulo Pimenta (PT-PR).

A Frente Brasil Popular, que está organizando vigílias na noite desta terça-feira e durante toda quarta, pretende concentrar a militância em frente à Catedral de Curitiba, na Praça Tiradentes. A expectativa dos organizadores é reunir cerca de 30 a 50 mil pessoas no local.

“Fizemos o convite a Lula. Vamos ver se ele aparece”, disse o coordenador da Frente, Raimundo Bonfim.

Apoiadores iniciam marcha

Empunhando faixas com dizeres “Fora Temer” e “Diretas Já” tochas acesas e bandeiras do MST, militantes iniciaram em Curitiba, nesta quarta, uma marcha em apoio ao ex-presidente. Eles seguirão do acampamento que montaram no pátio dos rodoferroviários até a Praça Tiradentes. Os organizadores estimam em 4 mil pessoas na marcha.

À frente da marcha estão o líder do MST, João Pedro Stédile, e o deputado Paulo Pimenta (PT), entre outros. Stédile disse que, embora tenha negado o pedido da defesa de Lula para que o depoimento seja transmitido ao vivo, a militância espera que Moro volte atrás da decisão.

“Esperamos que o juiz Sérgio Moro tenha civilidade e autorize a transmissão direta da audiência para que se evite as práticas antidemocráticas que ele costuma fazer, de selecionar tópicos que interessam politicamente, e não juridicamente, e entregar para a Globo”, disse.

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