A presidente Dilma Rousseff conversou por telefone na manhã desta sexta-feira (16) com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, para transmitir “apelo pessoal” por razões “eminentemente humanitárias” em favor dos brasileiros Marco Archer Cardoso Moreira e Rodrigo Muxfeldt Gularte, ambos condenados à morte, informou em nota a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).
De acordo com o governo brasileiro, o presidente Widodo “disse compreender a preocupação da presidente com os dois cidadãos brasileiros, mas ressalvou que não poderia comutar a sentença de Marco Archer, pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei indonésia e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal”.
Segundo a nota da Secom, Dilma lamentou profundamente a decisão de Widodo de manter a decisão pela execução de Marco Archer, episódio “que vai gerar comoção no Brasil e terá repercussão negativa para a relação bilateral”. O assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e o Itamaraty ampliaram nos últimos dias os esforços para assegurar a conversa de Dilma com o presidente Widodo.
A Indonésia negou todos os pedidos de clemência feitos pela defesa do brasileiro para que se evitasse a execução de Archer, que deve ocorrer neste domingo (18) por fuzilamento. No Brasil, não existe pena de morte e as informações são de que nunca um brasileiro foi executado para dar cumprimento a uma sentença deste tipo.
Prisão
O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, preso há 11 anos, é carioca, tem 53 anos e trabalhava como instrutor de voo livre. Ele foi preso quando tentava entrar na Indonésia com 13 quilos de cocaína escondidos dentro dos tubos de uma asa delta em 2003. A droga foi descoberta ao passar pelo aparelho de raios x, no Aeroporto Internacional de Jacarta. Ele conseguiu fugir do aeroporto, mas acabou preso duas semanas depois.
Paranaense também aguarda execução na Indonésia
Já o surfista paranaense Rodrigo Gularte foi preso em 2004, também no aeroporto de Jacarta, com 12 pacotes de cocaína. A droga estava escondida em oito pranchas. O surfista estava a caminho da ilha de Bali, acompanhado de dois amigos, mas assumiu sozinho a autoria do crime de tráfico internacional de drogas. O surfista teve o pedido de clemência negado e também aguarda a execução.