Ataque Suzano: imagem mostra 3° suspeito com assassino em estande de tiros

Imagens mostram suspeito com um dos assassinos em estande de tiros Reprodução Record TV

Investigadores querem descobrir a origem da arma e o envolvimento de outras pessoas; vídeo comprovou a participação de jovem

A Polícia Civil de Suzano teve acesso a imagens de câmeras de segurança que mostram um dos assassinos que participou do massacre na escola estadual Rau Brasil, em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, em um estande de tiros localizado na zona leste da cidade.  Com ele estava também o terceiro suspeito do massacre, que teria participado do planejamento do crime. 

Imagens confirmam participação intelectual de suspeito

As imagens foram utilizadas pela polícia, de acordo com a Record TV, para confirmar a participação do terceiro adolescente suspeito de planejar o ataque que deixou oito vítimas no colégio. Com o material, a polícia considera o jovem um dos mentores intelectuais do ataque. 

O vídeo mostra os adolescentes chegando juntos no estande de armas do tipo airsoft. Nas imagens, Guilherme Taucci, de 17 anos, aparece de boné segurando um armamento de arco e flecha. Na ocasição, os jovens foram treinar juntos o manuseio das armas. 

Venda da arma 

No momento, a polícia investiga quem teria sido o responsável por vender o revólver calibre 38 utilizado no massacre. Segundo os investigadores, falta ainda descobrir a origem da arma e o possível envolvimento de outras pessoas na ação criminosa. 

Medida socioeducativa 

O adolescente acusado de ser um dos mentores intelectuais do caso cumpre medida socioeducativa na Fundação Casa, onde deve permanecer internado por 45 dias. Segundo a defesa do jovem, ele seria amigo de Guilherme, porém, entre os anos 2015 e 2016, teriam parado de se falar. 

Nota da loja de Arisoft

A loja de Airsoft declarou que realizou uma auditoria interna, e afirmou por meio de nota que “cumpre integralmente todo normativo legal de exploração comercial da modalidade esportiva do AirSoft e segue à risca todas as orientações e determinações do Exército Brasileiro.”

A empresa disse ainda que “externa o profundo pesar de seus sócios e colaboradores com a tragédia ocorrida na cidade de Suzano e esclarece que está colaborando voluntariamente junto às autoridades policiais.

Loja de armas brancas

A polícia também teve acesso às imagens de câmeras de segurança de uma loja de armamentos medievais localizada na zona leste de São Paulo, que mostram Guilherme Taucci e Luiz Henrique durante a compra dos objetos. “Eles foram à loja por dois ou três dias, eles pediram informações para o vendedor sobre o material. Foi orientado que adquirissem o material mais simples. Pediram informações sobre arqueria, sobre como funcionaria e onde poderiam treinar”, diz Vâner Strupeni, advogado do estabelecimento. 

Os adolescentes gastaram cerca de R$ 1,500 nas compras, e teriam dito que nunca praticaram arquearia e queriam começar no esporte. Segundo a loja, o estabelecimento vende para maiores mediante à assinatura de um termo de responsabilidade.

Escola reabriu nesta terça-feira (19)

A escola Professor Raul Brasil reabriu nesta terça-feira (19) às 10h com um café da manhã. Psicólogos, voluntários e profissionais da saúde prestam assistência e promovem atividades esportivas, artísticas e rodas de conversas até sexta-feira (22).

Passaram ontem, pela escola, 227 famílias, 30 professores e dez funcionários, para recolher pertences deixados na escola no dia da tragédia e para participar das atividades de acolhimento.

A Diretoria Regional de Ensino ainda não definiu uma data para o retorno às aulas. A Prefeitura de Suzano informou que o Centro de Atenção Psicossocial Alumiar, na Rua Otávio Miguel da Silva, 187, também está disponível para dar suporte psicológico para as vítimas.

Terceiro suspeito

Um adolescente suspeito de envolvimento no ataque à Escola Estadual Professor Raul Brasil foi apreendido na manhã desta terça pela Polícia Civil. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o jovem era colega de classe do atirador e o ajudou na compra, pela internet, de equipamentos usados no crime, o que resultou na morte de oito pessoas.

Na última quarta-feira (13), dois ex-alunos, de 17 e 25 anos, entraram na escola encapuzados e armados e se mataram após a ação. O terceiro acusado, detido hoje, não participou efetivamente da execução, mas do planejamento que vinha sendo feito desde novembro, segundo a polícia.

Por ser menor de idade, o suspeito teve a apreensão requisitada à Justiça para posterior apresentação à Vara da Infância e Juventude. Ele foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para realização do exame de corpo de delito antes de ser apresentado ao Fórum de Suzano.

O inquérito policial foi instaurado na Delegacia do Município de Suzano e tem apoio do setor de homicídios de Mogi das Cruzes. Foram ouvidas 31 testemunhas, que podem ser chamadas novamente para prestar depoimento ao longo das investigações.

Atiradores foram enterrados sem velório

De acordo com informações da Prefeitura de Suzano, não houve velórios para Guilherme e Luiz.

O corpo de Guilherme foi enterrado no cemitério São João Batista, conhecido como cemitério do Raffo, por volta das 13h24. Já o de Luiz foi enterrado no cemitério São Sebastião, às 12h30. 

Os corpos de seis dos dez mortos foram velados na manhã desta quinta, na Arena Suzano, um ginásio próximo à escola onde ocorreu o massacre, diante de centenas de pessoas. 

Objetos localizados com os atiradores 

No boletim de ocorrência registrado no DP de Suzano, assinado pelo delegado Lourival Zacarias Noronha, há uma série de objetos listados que foram localizados ao lado dos corpos e em diligências realizadas nos endereços dos assassinos. 

Entre os objetos estão: protetor auricular, embalagens de encomendas, caderno, lenço com o desenho de uma caveira, cupons fiscais referentes à compra de uma bandoleira, luvas half – especial para ações táticas militares – mochilas, coturnos militares, arco de flecha e diversos dardos. 

Atiradores pediram ajuda no Dogolachan

De acordo com as apurações, os criminosos faziam parte do fórum mais extremistas da internet: Dogolachan, que reúne de forma completamente anônima usuários que incentivam crimes e atitudes de ódio. Nas postagens é comum ver menções a pedofilia, nazismo, racismo e homofobia.

Lista de vítimas

Na tarde desta quarta-feira (13), uma coletiva de imprensa conduzida pela Polícia Civil (PC), divulgou o nome das dez vítimas do massacreque incluem também os dois responsáveis pelo massacre.

Vídeo mostra pânico

No local, um vídeo gravado por uma testemunha mostra momento de pânico após o massacre.Nas imagens, alguns corpos são registrados, além de gritos e desespero por parte dos adolescentes. 

  

21 mar 2019, às 00h00.
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