Apartamento na orla de Guarujá, litoral de São Paulo, é considerado pela Justiça Federal como propina paga a Lula
*Do R7
Ativistas do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) ocuparam na manhã desta segunda-feira (16) o apartamento 164-A do edifício Solaris, no Guarujá, litoral de São Paulo, em protesto contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Recolhido na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR) desde o último dia 7, Lula cumpre pena de 12 anos e 1 mês de prisão por supostamente ter beneficiado a empreiteira OAS em contratos com a Petrobras. De acordo com a 13ª Vara Criminal de Curitiba e a 8ª Turma do TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), o apartamento faria parte da propina paga ao ex-presidente.
Imagens transmitidas ao vivo no perfil do Facebook do líder do MTST, Guilherme Boulos — pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL —, mostram uma bandeira da Frente Povo Sem Medo hasteada no tríplex, que fica no último andar do edifício.
“O MTST e o Povo Sem Medo acabam de ocupar o triplex do Guarujá que é atribuído ao Lula e foi motivo do [juiz] Sérgio Moro determinar a prisão dele. Essa é uma ação de denúncia à farsa judicial que levou o Lula para a prisão”, diz Boulos em vídeo publicado em suas redes sociais.
— Se o tríplex é do Lula, então o povo está autorizado a ficar lá, e vai se transformar no tríplex da resistência. Se o tríplex não é do Lula, então o Sérgio Moro vaio ter que soltar o alavrá hoje mesmo, porque ele foi preso por algo que não é dele.
No último discurso em São Bernardo do Campo (SP) antes de ser preso, Lula citou Boulos como representante da nova política brasileira, comparando o trabalho do militante à frente do MTST com a sua própria trajetória no movimento sindical nos anos 1970.
Em frente ao edifício, ativistas entoam gritos de apoio ao ex-presidente Lula. “Estão falando que [o apartamento] é dele, então é nosso”, dizem.
O imóvel atualmente está sendo leiloado por determinação da 13ª Vara Criminal de Curitiba, onde atua Moro. Os lances serão recebidos até 15 de maio. A empresa responsável pelo leilão cobra depósito antecipado de R$ 1.000 para interessados realizarem a visita.
Justiça Federal e Ministério Público Federal não se pronunciaram até o momento sobre a ocupação.