Segundo as investigações, Eduardo Plass forjaria contratos de empréstimos para encobrir compras de joias do ex-governador
Em um novo desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, agentes da Polícia Federal prenderam, na manhã desta sexta-feira (3), o banqueiro Eduardo Plass, ex-presidente do Banco Pactual e sócio majoritário do TAG Bank, no Panamá, e da gestora de recursos Opus.
A chamada Operação Hashtag cumpre ainda mandados de prisão preventiva expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal no Rio, contra Maria Ripper Kos e Priscila Moreira Iglesias (ambas sócias de Plass). Segundo o MPF (Ministério Público Federal), o esquema consistia no recebimento de dinheiro em espécie por diretores de uma joalheria em Ipanema, na zona sul do Rio, e na posterior transferência de valores para uma empresa offshore de fachada.
Essa empresa, por sua vez, enviava o dinheiro para outra empresa offshore de fachada que, por fim, encaminhava os valores para a holding do mesmo grupo da joalheria. A reportagem do R7 procurou a defesa de Plass, mas não conseguiu contato. O espaço está aberto para manifestação.
Aparência de legalidade
Ainda segundo o MPF, para dar aparência de legalidade às transações, a equipe de Eduardo Plass assinava contratos fictícios de empréstimos com os diretores da joalheria, forjados como se fossem empréstimos. O esquema aconteceu entre 2009 e 2015, quando foi, segundo o MPF, cometida uma série de crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, pelos diretores da joalheria, que agora colaboram com as investigações do MPF, e pelos alvos da operação de hoje.
Foram entregues no exterior 24,3 milhões de dólares, o equivalente a mais de R$ 90 milhões. O MPF pediu o bloqueio deste valor a título de reparação de danos e valor equivalente a título de danos morais, totalizando R$ 181 milhões.