Bolsonaro reconduz aliado de Cunha e deputado citado na delação da Odebrecht para conselho de Itaipu

Publicado em 16 maio 2020, às 00h00.

O presidente Jair Bolsonaro reconduziu Carlos Marun, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da gestão Temer, e o deputado José Carlos Aleluia, parlamentar citado na delação da Odebrecht, ao Conselho de Administração da Itaipu Binacional, hidrelétrica administrada por Brasil e Paraguai, localizada na fronteira entre Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná e a cidade Hernandarias, localizada ao lado de Ciudad del Este.

O Conselho de Administração da Itaipu Binacional é composto de 14 integrantes, sendo sete de cada país – seis conselheiros e um representante do Ministério de Relações Exteriores. Também foram reconduzidos ao colegiado Pedro Miguel da Costa e Silva, Célio Faria Júnior e Wilson Pinto Ferreira Júnior, presidente da Eletrobras.

As nomeações foram publicadas no Diário Oficial nesta sexta-feira (15), assinadas por Bolsonaro e pelo ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, que também foi conduzido ao conselho, ele pela primeira vez. Os mandatos vão até maio de 2024.

Cada conselheiro da Itaipu Binacional recebe um salário de R$ 27 mil; as reuniões são feitas a cada dois meses.

Nomeações polêmicas

Carlos Marun foi ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da gestão Michel Temer. Ele foi indicado ao cargo de conselheiro em Itaipu pelo ex-presidente Temer no último dia do mandado, mas foi afastado em março de 2019 depois que a nomeação foi pelo Ministério Público Federal junto à 6ª Vara Federal de Curitiba. Marun foi um forte aliado do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, preso pela Operação Lava Jato. 

O deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA) foi citado na delação da Odebrecht. Documento produzido pelo Ministério Público Federal em 2018 apontou que relatórios com dados extraídos do sistema do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira revelavam evidências de suposto pagamento de R$ 300 mil ao deputado.