Polêmica no vestibular: candidatos entram na Justiça contra UFPR
Pelo menos sete dos estudantes que haviam sido divulgados como aprovados no vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e tiveram seus nomes substituídos por outros candidatos, entraram na Justiça contra a instituição. O grupo de candidatos é composto por vestibulandos do curso de Medicina e eles ajuizaram uma ação na Justiça Federal solicitando que possam se matricular enquanto perdurarem as investigações internas do Núcleo de Concursos da UFPR relacionadas ao erro na divulgação da lista de aprovação.
De acordo com o advogado que representa os sete estudantes, Ramon Bentivenha, os candidatos resolveram entrar na Justiça já que as aulas de Medicina estão marcadas para começar no dia 20 de setembro, antes dos demais cursos que também registraram o erro. Ao todo, 31 estudantes foram “aprovados” e “desaprovados” um dia depois pela instituição. Alguns dos candidatos, conforme Bentivenha, resolveram aguardar as chamadas complementares antes de tomarem providências judiciais. De acordo com a UFPR, os nomes substituídos foram de 21 vagas de Medicina em Curitiba, quatro vagas de Medicina em Toledo, duas vagas de Direito em Curitiba e mais uma vaga em Curitiba para os cursos de Odontologia, Fisioterapia, Biomedicina e Medicina Veterinária.
Na ação protocolada, os estudantes argumentam que “erros acontecem”, mas que é preciso fazer algo a respeito para minimizar os impactos.
“O importante agora é o que fazemos diante de um erro que ainda não se sabe o tamanho e os impactos? Enquanto perdurarem as investigações necessário se faz mitigar os impactos. Até que se restaure a confiança nos resultados, oportuno não prejudicar ainda mais esses jovens e suas famílias”.
traz o documento.
Ainda, na ação, o advogado dos estudantes traz o exemplo de um dos candidatos que tinha sido aprovado em Medicina para começar o curso no primeiro semestre e que, com a alteração, ficou de fora da lista de aprovados. Ramon Bentivenha argumenta que como a prova para ambos os semestres é unificada, a distribuição para os semestres acontece pelo critério da nota final. Assim, o candidato teria ficado entre os 77 primeiros candidatos e, com isso, mesmo com as substituições, ingressaria no curso no segundo semestre, a menos que “pelo menos setenta e sete outros candidatos o tivessem ultrapassado através de recurso das notas discursivas”. No documento, o advogado afirma que é “altamente provável que ainda haja erros no certame”.
Na ação, os candidatos pedem por uma das medidas abaixo:
- Que o todo o pleito do vestibular UFPR 2020/2021 seja suspenso até que todos os fatos sejam esclarecidos; ou
- Que o pleito dos cursos diretamente afetados sejam suspensos; ou
- Que os estudantes da ação sejam registrados academicamente na UFPR; ou
- Que a UFPR garanta e reserve a vaga dos candidatos, com direito ao início das aulas, enquanto perdurar o processo de investigação interna.
A ação será analisada pela juíza Vera Lúcia Feil Ponciano, da 6ª Vara Federal de Curitiba. As matrículas estão previstas para o dia esta quinta-feira (9), mas a juíza não tem prazo para analisar o pedido.
O RIC Mais entrou em contato com a universidade que afirmou, em nota, que “só irá se manifestar a respeito após ser notificada oficialmente da demanda e submetê-la à análise da área jurídica.”