'Tudo o que eu queria era um abraço dela', diz mãe de Andriely, jovem morta por ex-marido há um ano

“É difícil porque, essa noite mesmo, era três horas da manhã e eu acordei. A primeira coisa que veio na minha mente é ela [Andriely]. Tudo que eu queria era um abraço dela e, nesse ano, eu tenho a certeza que não vou ter mais”, afirma a mãe da jovem, dona Cleusa.

Nesta quinta-feira (9), completa um ano da morte de Andriely Gonçalves Silva, de 22 anos. Ela era estudante de direito, trabalhava em uma rede de varejo e morava em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, quando foi morta.

Morte de Andriely Gonçalves completa um ano

O principal suspeito pela morte da jovem é Diogo Costa Coelho, de 30 anos. O policial militar e Andriely tiveram um relacionamento de quatro anos. Os dois haviam colocado um ponto final no casamento seis meses antes do desaparecimento da jovem.

Cleusa conta que a filha não queria mais o relacionamento, mas que o ex-marido não aceitava. “Ela só dizia: ‘o Diogo não vai entender porque sempre quando eu falo que quero me separar, ele começa a fazer drama’. Chantagem, no caso, ela dizia”, afirmou.

O ex-marido de Andriely é o único suspeito de ter cometido o crime (Foto: Reprodução/Facebook)

A Justiça já decidiu pelo julgamento no Tribunal do júri, mas a defesa do policial está recorrendo.

Amigo conversava com vítima por vídeo momentos antes do desaparecimento

No dia oito de maio de 2018, Diogo foi flagrado por uma câmera de segurança entrando no apartamento onde a jovem morava (veja imagens abaixo). No momento, ela conversava por videochamada com um amiga que morava em São Paulo.

João Pedro Aoyama contou que os dois conversavam quando a jovem precisou desligar para carregar o aparelho. Depois de um tempo, ela retornou a ligação e disse que estava com medo porque teve a impressão de que alguém entrou no apartamento enquanto ela tomava banho.

“Daí eu falei: ‘então faz o seguinte, acende a luz, vai nos quartos, procura para ver se alguém entrou realmente’. Aí, ela fez isso e percebeu que a porta estava destrancada e falou isso para mim”, afirmou.

Ainda de acordo com o estudante, aproximadamente 15 minutos depois, ele percebeu a expressão de espanto no rosto de Andriely. “Ela fez uma cara de espanto, olhou para cima e a chamada acabou”, disse.

Depois do desaparecimento de Andriely, a mãe procurou o ex-marido já que mesmo separados, ele ainda tinha as chaves do apartamento. Na conversa, ele disse que não encontrou a ex-companheira no local.

Mãe de Andriely tem encontro emocionante com suspeito do crime

Cleusa reencontrou Diogo no dia 31 de maio de 2018, durante uma visita ao Batalhão da Polícia Militar onde ele está preso.

“Perguntei pra ele da Andriely, ele disse que também não sabia. E eu disse, que sabia sim. Ele foi a única pessoa que saiu com ela, eu vi nas câmeras”, conta a mãe.

Diogo contou a mãe da universitária que, depois de sair do apartamento, deixou a menina em uma rodovia. “Eu saí com ela, mas estava levando ela pra sua casa. Ela disse que não queria ir pra lá, que queria ir pra São Paulo. Eu deixei ela em uma BR”, teria dito Diogo segundo a mãe.

Em seguida, Cleusa questionou o que levou a deixar a menina em um lugar perigoso, sozinha, longe da cidade. “Ele disse que errou. Chorava bastante”, explica Cleusa. “Ele disse que estava a 80 km/h e que ela se jogou do carro, mas não disse o que fez com ela”, conta a mãe.

+Leia também: “Não sei onde está essa moça”, diz PM sobre Andriely ao sair de audiência

No carro de Diogo, peritos encontraram manchas de sangue no banco traseiro e no porta-malas do veículo utilizado por ele.

PM é flagrado saindo de apartamento com jovem antes de desaparecimento

Nas imagens de câmera de segurança, é possível ver Diogo e Andriely saindo e caminhando em direção ao carro do policial que está parado na esquina. Desde então, a jovem nunca mais foi vista.

Assista o momento que o policial entra sozinho no apartamento. E, minutos depois, sai ao lado de Andriely!

Corpo de jovem é encontrado na Estrada da Graciosa

O corpo de Andriely foi encontrado na noite do dia oito de de junho de 2018 -um mês depois-, na Estrada da Graciosa, entre Curitiba e Morretes, no litoral do Paraná. A confirmação de que se tratava mesmo da jovem foi feita após o reconhecimento pela arcada dentária.

Um funcionário que fazia a manutenção na rodovia histórica deixou o capacete cair em um barranco. Ao buscar o equipamento de segurança, ele encontrou o corpo em avançado estado de decomposição e acionou a polícia.

A família de Andriely já havia reconhecido o corpo como sendo da jovem universitária. Apesar de o corpo ter sido recolhido em estado elevado de decomposição (evitando o reconhecimento facial e exigindo um exame de DNA para identificação oficial do IML), uma blusa e a tatuagem encontrada no braço da vítima permitiram que a família reconhecesse Andriely.

Postagem de Andriely em uma rede social dias antes do desaparecimento (Foto: Reprodução/Facebook)

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9 maio 2019, às 00h00.
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