Caso Daniel: audiência que investiga morte de jogador chega ao 3º dia

Cristiana, Edison e Allana já estão no terceiro dia de audiência (Montagem: Ric Mais)

Nesta terça-feira (19), a mãe de Daniel prestou depoimento e declarou que a “humilhação deles é essa aí, andar algemado, acorrentado”

A audiência de instrução do processo sobre a morte do jogador Daniel Correa chegou ao terceiro dia nesta quarta-feira (20). Os depoimentos começam às 9h, no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Caso Daniel: segundo dia de audiência

Pela manhã do segundo dia de audiência, três testemunhas sigilosas prestaram depoimento. Pela tarde, a mãe, Eliana Correa, a tia, a ex-namorada e um amigo do jogador foram ouvidos. Ao todo, sete pessoas foram ouvidas nesta terça-feira (19). 

ALLANA, À ESQUERDA, E CRISTIANA, À DIREITA, NO FIM DAS AUDIÊNCIAS DO CASO DANIEL DESTA TERÇA-FEIRA (FOTO: CLEMAR MALLMANN/RICTV)

“Mataram ele aos poucos”, afirma mãe de vítima

Eliana Corrêa, mãe do jogador, acompanhou ao lado de outros integrantes da família a audiência das três de perto. Antes de prestar depoimento nesta tarde, Eliana falou brevemente com a imprensa sobre o sentimento que tem em relação aos acusados. 

Visivelmente abalada, a mãe do jogador Daniel não tem medido esforços para que a justiça pela morte do filho seja feita. Após uma discussão entre advogados presenciada pela família da vítima, Elaine falou com a imprensa antes de entrar na sala para prestar o seu depoimento. 

Ao ser questionada sobre o fato de querer acompanhar todas as audiências do caso, a mãe de Daniel rebate: “Eu não faço questão de nada. Nem da presença nem da ausência deles. Eles não significam nada pra mim. O que significa pra mim, o que significava, era meu filho. Agora eles, estando presentes ou não, não faz diferença”.

Eliana Corrêa e o filho Daniel Corrêa Freitas (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Além disso, Eliana afirma que ficou sabendo que os acusados tinham receio de ela os agredir com palavras. “Eu não vou agredir com palavras. O que eles tem que passar como humilhação eles já estão passando. A humilhação deles é essa aí, andar algemado, acorrentado. Eu não preciso humilhar ninguém, eu só precisava do meu filho aqui, mas ele não tá”.

Para a mãe da vítima, os acusados são como monstros “Eu tenho pena. Eu não quero falar frente a frente. Eu me expressei mal. Eu falei que não me importo se eu tiver que falar na frente, eu não vou pedir pra eles saírem na hora que eu entrar, se eles quiserem ficar, podem ficar, não vou impedir”, diz.  

Amigo de Daniel foi beijado por Cristiana Brittes

Uma testemunha afirmou durante seu depoimento na tarde desta terça-feira (19) que beijou Cristiana Brittes, 35 anos, durante a festa de aniversário de Allana Brittes, 18 anos, em uma casa noturna de Curitiba. Foi depois da comemoração na boate que os envolvidos seguiram para a residência dos Brittes, onde ocorreram as agressões que culminaram no assassinato do jogador Daniel Corrêa Freitas.

Segundo o testemunho do jovem, colhido no segundo dia de audiências de instrução do processo, ele não havia revelado esse fato à polícia por medo. O amigo de Daniel que teria beijado Cristiana, participou apenas da festa casa noturna e não seguiu com os outros convidados para o after party.

Ainda conforme seu depoimento, ele havia saído do camarote, onde estavam os convidados de Allana, e estava no bar conversando com uma mulher desconhecida quando foi surpreendido com um beijo, um selinho na boca, de Cristiana. Quando questionado sobre ter feito algo a respeito, ele declarou que de longe fez sinais de não estar entendendo a situação.

Sete réus serão ouvidos

No total, são sete réus no processo denunciados pelo Ministério Público (MP-PR), entre eles, Edison Brittes -assassino confesso do jogador-, Cristiana Brittes e Allana Brittes -mulher e filha do suspeito, que também respondem pelo crime.

Todos os réus têm a possibilidade de acompanhar os depoimentos, mas a decisão de aceitar ou não a presença dos acusados é particular. Na denúncia, oferecida pelo MP-PR, em novembro de 2018, a promotoria indicou 14 testemunhas: Quatro são familiares de Daniel, entre elas, a mãe e a ex-companheira do jogador; dois jovens que estiveram na comemoração do aniversário de Allana Brittes horas antes do crime; dois investigadores e um delegado que presidiu o inquérito; as outras cinco pessoas são consideradas ‘testemunhas sigilosas’.

Além disso, cada um dos sete réus no processo tem o direito de indicar as próprias testemunhas de defesa. No caso de Edison, Cristiana e Allana, os advogados arrolaram 48 testemunhas.

Quem são os outros denunciados no caso Daniel:

Ao todo, sete pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) pelo assassinato do jogador. 

Edison Brittes (38 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor e e coação no curso do processo;

Cristiana Brittes (35 anos):  homicídio qualificado por motivo torpe, coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor;

Allana Brites (18 anos): coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de menor;

Eduardo da Silva (19 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;

Ygor King (19 anos):  homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;

David Willian da Silva (18 anos):  homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e denunciação caluniosa;

Evellyn Brisola (19 anos):  denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de menor e falso testemunho;

INDICIADOS PELO MP-PR PELO ENVOLVIMENTO NO ASSASSINATO DO JOGADOR DANIEL (INFOGRÁFICO: LUANA SILVÉRIO)

20 fev 2019, às 00h00.
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