Nesta segunda-feira (1º), a Justiça retoma a audiência para ouvir o depoimento das testemunhas no processo que investiga a morte do jogador Daniel Correa. Nesta fase, mais de 40 pessoas devem prestar depoimento sobre o caso.

Depoimento de testemunhas sobre crime

A princípio, quatro dias foram reservados nesta segunda fase do processo para ouvir os depoimentos das testemunhas de defesa. Em seguida, os sete réus serão ouvidos. Depois dessa fase, a Justiça irá analisar o argumento da defesa e da acusação e definirá se os acusados irão ou não a Júri Popular.

(Infográfico: Luana Silvério)

Amigo de Daniel diz que foi beijado por Cristiana

Uma testemunha afirmou durante seu depoimento no dia 19 de fevereiro de 2019 que beijou Cristiana Brittes, 35 anos, durante a festa de aniversário de Allana Brittes, 18 anos, em uma casa noturna de Curitiba.

Segundo o testemunho do jovem, colhido no segundo dia de audiências de instrução do processo, ele não havia revelado esse fato à polícia por medo. O amigo de Daniel que teria beijado Cristiana, participou apenas da festa casa noturna e não seguiu com os outros convidados para o after party.

Ainda conforme seu depoimento, ele havia saído do camarote, onde estavam os convidados de Allana, e estava no bar conversando com uma mulher desconhecida quando foi surpreendido com um beijo, um selinho na boca, de Cristiana. Quando questionado sobre ter feito algo a respeito, ele declarou que de longe fez sinais de não estar entendendo e não fez nada.

Fotos de Daniel com Cristiana Brittes

Ainda conforme o depoimento, a foto tirada pelo jogador ao lado de Cristiana e ,em seguida compartilhada, pelo WhatsApp, a princípio, foi enviada por Daniel apenas para um amigo. Somente no outro dia, quando o jogador estava desaparecido, que esse amigo teria enviado a foto ao grupo do aplicativo de mensagens, pois suspeitou que o sumiço tivesse relação com a mulher na fotografia.

“Mataram ele aos poucos”, diz mãe de Daniel

Visivelmente abalada, a mãe do jogador Daniel não tem medido esforços para que a justiça pela morte do filho seja feita. Após uma discussão entre advogados presenciada pela família da vítima, Elaine falou com a imprensa antes de entrar na sala para prestar o seu depoimento.

Ao ser questionada sobre o fato de querer acompanhar todas as audiências do caso, a mãe de Daniel rebate: “Eu não faço questão de nada. Nem da presença nem da ausência deles. Eles não significam nada pra mim. O que significa pra mim, o que significava, era meu filho. Agora eles, estando presentes ou não, não faz diferença”.

Além disso, Eliana afirma que ficou sabendo que os acusados tinham receio de ela os agredir com palavras. “Eu não vou agredir com palavras. O que eles tem que passar como humilhação eles já estão passando. A humilhação deles é essa aí, andar algemado, acorrentado. Eu não preciso humilhar ninguém, eu só precisava do meu filho aqui, mas ele não tá”.

Jogador Daniel é brutalmente assassinado

No dia 28 de novembro de 2018, o MP-MPR revelou uma nova sequência de espancamento no jogador Daniel Corrêa Freitas, no dia 27 de outubro, antes de ser parcialmente decapitado na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais. Veja o que aponta o Ministério Público!

– Depois de Edison, Eduardo, David e Ygor saírem da casa da família Brittes, a pedido de Cristina, King agrediu Daniel ainda dentro do carro. “Durante o longo percurso, o denunciado Edison Brittes Junior foi ao volante -conduzindo o veículo- enquanto no banco ao lado, a sua direita, ia David Willian Vollero Sila -namorado de Allana Brittes-, já Eduardo Henrique Ribeiro da Silva e Ygor King tomaram o assento traseiro. Durante o tempo consumido para alcançarem o local de destino, a vítima Daniel Corrêa Freitas continuava a ser violentamente agredida a cotoveladas pelo denunciados Ygor King.”;

– De acordo com a denúncia, em seguida, os jovens imobilizaram Daniel Corrêa Freitas para Edison Brittes Júnior decapitasse o jogador. “Contando sempre com o apoio e adesão dos demais presentes”, Edison Brittes mutilou Daniel, que teve o pênis amputado;

– Depois de matarem Daniel às margens da rodovia, Edison Brittes e os jovens carregaram o corpo para dento da mata. “Após consumada a morte da vítima (…) cada qual aderindo voluntária e reciprocamente, às condutas delituosas dos outros, cientes da ilicitude e reprovabilidade de suas condutas, retiraram o corpo de Daniel do local onde consumaram a sua morte, na pista de rodagem de veículos e o ocultaram, levando-a para o interior da mata de reflorestamento, que existia às margens da referida pista.”;

– Cristiana Brittes foi denunciada por homicídio, já que orientou o marido a seguir com o ‘justiçamento’ do jogador fora da residência (veja abaixo).

Quem são os denunciados pela morte do jogador?

Sete pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) pelo assassinato do jogador.

Edison Brittes (38 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor e e coação no curso do processo;

Cristiana Brittes (35 anos):  homicídio qualificado por motivo torpe, coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor;

Allana Brites (18 anos): coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de menor;

Eduardo da Silva (19 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;

Ygor King (19 anos):  homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;

David Willian da Silva (18 anos):  homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e denunciação caluniosa;

Evellyn Brisola (19 anos):  denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de menor e falso testemunho. Evellyn é única que não está presa.

1 abr 2019, às 00h00.
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