Caso Daniel: Cristiana e Allana Brittes são transferidas após ameaças em penitenciária

Publicado em 2 maio 2019, às 00h00.

Cristiana e Allana Brittes, acusadas de envolvimento na morte do jogador Daniel, foram transferidas de ala após sofrerem ameaças na penitenciária. No documento, enviado na última segunda-feira (29), foi informado que a mudança aconteceu depois de um incidente no dia 1º de abril de 2019.

Cristiana e Allana Brittes são transferidas de ala

As duas voltavam de uma audiência no Fórum de São José dos Pinhais quando foram intimidadas. No ofício, foi registrado que elas foram recebidas na galeria D -onde se encontram presas de alta periculosidade- com gritos de ‘ih fora!’.

+Leia também: Família Brittes joga beijos e faz sinal de força para ‘torcida’ no Fórum

Agora, mãe e filha estão na galeria ‘A’, onde ficam detentas de melhor convívio e provisórias. “Não se trata de isolamento, tampouco castigo ou qualquer outra forma de reprimenda disciplinar, mas sim uma galeria menor, mais tranquila.”

Em nota, Claudio Dalledone disse que a defesa teme pela integridade física das duas e que busca a liberdade para ambas.

Caso Daniel: Cristiana, Allana e Edison no aniversário de 17 anos de Allana. (Foto: reprodução das redes sociais)

Caso Daniel: Cristiana, Allana e Edison no aniversário de 17 anos de Allana (Foto: reprodução das redes sociais)

Daniel Correa foi encontrado morto

Daniel Correa Freitas, jogador encontrado morto na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, foi assassinado no dia 27 de outubro.

corpo do jogador de futebol foi localizado no sábado a tarde, depois que um morador da região viu marcas de sangue no chão de uma estrada rural e seguiu o rastro até o corpo do jovem. Ele estava vestido apenas com uma camiseta, com sinais de tortura, o pênis decepado e cortes profundos no pescoço, a ponto de quase ter sido degolado.

Primeiro envolvido na morte de jogador é preso

No dia 31 de outubro, quatro dias após o crime, a primeira pessoa envolvida com o assassinato foi presa. Cristiana Brittes foi detida pela polícia enquanto estava a caminho do escritório de um advogado.

No dia seguinte, 30 de outubro, Edison Brittes e Alanna Brittes se apresentaram na Delegacia da Polícia Civil em São José dos Pinhais. A polícia chegou até eles depois que uma testemunha-chave contou tudo o que sabia sobre o caso.

Essa pessoa esteve na casa onde Daniel foi espancado e de onde foi levado, dentro do porta-malas de um veículo, para o local onde foi morto.

Desenrolar das investigações

Na sequência foram presos David Willian da Silva, Ygor King e Eduardo Henrique da Silva. Os três agrediram o jogador dentro da residência dos Brittes e auxiliaram no assassinato. Em depoimento, todos afirmaram que não ajudaram a assassinar Daniel, mas que seguiram junto com Edison no veículo até a Colônia Mergulhão.

Durante as investigações, os detalhes dos depoimentos chocaram até os policiais acostumados com crimes: Eduardo revelou que Edison já saiu da casa com a intenção de extirpar o órgão sexual do jogador.

David também contou detalhes perturbadores, ele admitiu que comprou roupas para Edison trocar as que usava quando assassinou Daniel e que chegou a ouvir o jogador engasgando com o próprio sangue enquanto era degolado.

Jogador Daniel Correa (Foto: reprodução das redes sociais)

Edson Brittes confessou assassinato

Edison confessou o assassinato e disse que fez tudo porque Daniel tentou estuprar sua mulher. Para o delegado Trevisan, a tentativa de estupro nunca aconteceu. “Nós não acreditamos nessa hipótese de estupro. Não tem como provar. Acreditamos apenas que o rapaz tenha deitado ao lado dela [mulher de Edison], tenha tirado fotografia e tenha dito que tinha estuprado apenas para aparecer para os amigos. Enfim, coisa de pessoa imatura apenas. […] Acreditamos que tenha sido um momento de imaturidade de Daniel acompanhado de um gesto desproporcional”, afirmou ainda durante a entrevista ainda durante as investigações.

No entanto, Trevisan confirma que a motivação do assassinato de Daniel foi ele ter sido flagrado por Edison, no quarto do casal Brittes, na cama com Cristiana.

Allana posta foto com Daniel após morte

Após o assassinato, Allana postou uma foto com Daniel em sua rede social com uma mensagem de luto e também entrou em contato com a mãe do jogador, Eliane Corrêa, e mentiu sobre o que teria ocorrido durante a pós-festa em sua casa. Além disso, o próprio Edison chegou a ligar para Eliane para dar os pêsames e oferecer auxílio.

Confira quem são os acusados!

Edison Brittes (38 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor e coação no curso do processo;

Cristiana Brittes (35 anos):  homicídio qualificado por motivo torpe, coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor;

Allana Brites (18 anos): coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de menor;

Eduardo da Silva (19 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;

Ygor King (19 anos):  homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;

David Willian da Silva (18 anos):  homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e denunciação caluniosa;

Evellyn Brisola (19 anos):  denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de menor e falso testemunho. Evellyn é única que não está presa.

Confira a ligação dos acusados na morte do jogador Daniel (Infográfico: Luana Silvério/RIC)

Siga o RIC Mais também no Instagram, e fique por dentro de todas as novidades!