Caso Eduarda: avó e pai da criança são indiciados por homicídio

Publicado em 26 jun 2019, às 00h00.

Ricardo Seidi e Terezinha Guinaia foram denunciados por envolvimento com o Caso Eduarda, na terça-feira (25), pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR). O pai e a avó paterna de Eduarda Shigematsu, de 11 anos, são acusados de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. 

Veja vídeo do Caso Eduarda Shigematsu onde a menina ajuda na horta da avó.

Acusações do Caso Eduarda de Rolândia 

  • O crime homicídio tem agravantes pois: Eduarda Shigematsu foi morta por meio cruel – asfixia-, não teve chance de defesa e porque a criança era uma mulher, ou seja, tipifica feminicídio; 
  • Ocultação de cadáver: porque o próprio pai enterrou a filha nos fundos do terreno de uma casa que pertence a família; 
  • Falsidade ideológica: pois Ricardo Seidi mentiu sobre o paradeiro da filha, inclusive criando grupos de procura para encontrá-la, e a avó chegou a forjar um Boletim de Ocorrência de desaparecimento, mesmo sabendo que a neta Eduarda estava morta;

Caso Eduarda avó e pai estão presos 

Ricardo foi preso quatro dias após a filha ser encontrada morta e permanece detido na delegacia de Rolândia. Já a avó de Eduarda está no 3º distrito de Londrina, cidade vizinha, para onde foi encaminhada após prestar depoimento no dia 30 de abril. 

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O pai e avó estão presos por envolvimento no Caso Eduarda. (Foto: Reprodução/RIC Record TV)

Entrevista com a mãe de Eduarda

Jéssica Pires, mãe da criança, declarou em entrevista que jamais imaginou que o ex e a avó da filha poderiam estar envolvidos com o crime. Jéssica contou que teve Eduarda com apenas 16 anos e que na época não tinha intenção de dar a guarda da filha para a avó e o pai, mas que não teve opção.“Quando eu me separei do Ricardo, a Terezinha sempre demonstrou que ela queria ficar com a Eduarda. Ela sempre demonstrou interesse. Ela fazia denúncias falsas no Conselho Tutelar e ela se aproveitou de um momento que eu tava passando por muitos problemas e eu era muito nova, não sabia para quem pedir ajuda, a quem recorrer e ela se aproveitou disso e entrou na Justiça”, declarou.

“Eu nunca quis entregar a minha filha. Por mais que eu tava passando por momentos difíceis eu levava ela aonde eu fosse. Eu não cheguei nem a ser ouvida no processo de guarda. O juiz simplesmente concedeu a guarda para ela”, disse a mãe de Eduarda Shigematsu. Leia entrevista completa.

Entenda o assassinato de Eduarda Shigematsu

Eduarda vivia com o pai e avó em Rolândia, no norte do Paraná, e desapareceu no dia 24 de abril. Sua avó chegou a registrar um Boletim de Ocorrência, no entanto, mais tarde, foi descoberto que Terezinha já sabia que a neta estava morta quando foi até a delegacia. 

Quatro dias depois, 28 de abril, o corpo de Eduarda Shigematsu foi encontrado enterrado nos fundos de uma casa que pertence ao pai e a avó. Em uma cova rasa, a criança estava com as mãos e pés amarrados e a cabeça envolta em um saco plástico.

De acordo com a Polícia Civil, que teve acesso a câmeras de segurança instaladas na rua da residência. Ricardo chegou com um carro preto por volta das 13h37 da quarta-feira (24) – dia em que a menina desapareceu – e permaneceu por aproximadamente 20 minutos no local. 

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O pai de Eduarda Shigematsu foi filmado na casa onde o corpo da filha foi encontrado. (Foto: Reprodução/RIC Record TV)

Ricardo foi preso no mesmo dia e confessou à polícia ter enterrado o corpo da filha. Segundo sua versão, ele tomou a atitude depois de encontrar a menina enforcada dentro de seu próprio quarto.“O pai, bastante frio, disse que no dia dos fatos estava na residência quando encontrou ela enforcada no quarto dela”, explicou, na época, o delegado Ricardo Jorge.

No dia 29 de abril, os resultados de exames feitos no Instituto Médico Legal (IML) apontaram que Eduarda morreu por esganadura.

Já no dia 30 de abril, a avó de Eduarda foi presa após prestar depoimento. O delegado Bruno Rocha, que colheu o testemunho, afirmou que ela tentou ludibriar os policiais e já saberia da morte da neta quando registrou Boletim de Ocorrência sobre o desaparecimento. Tereza negou as acusações e ao saber de sua detenção chorou e chamou o filho de monstro.