Avó tentou ludibriar a polícia fazendo boletim mesmo sabendo da morte de Eduarda
A avó paterna de Eduarda Shigematsu foi presa na noite desta terça-feira (30) após prestar depoimento, em Rolândia, no norte do Paraná. Tereza de Jesus Guinaia registrou o Boletim de Ocorrência sobre o desaparecimento da neta, um dia após a morte, mesmo sabendo do crime.
Avó de Eduarda é presa por homicídio qualificado
Tereza de Jesus Guinaia foi presa na noite de ontem, após prestar depoimento na delegacia de Rolândia. Ela precisou ser transferida para Londrina por questões de segurança.
A avó de Eduarda Shigematsu teve a prisão temporária cumprida pelo crime de homicídio qualificado. O mandado de prisão do pai permanece por ocultação de cadáver.
“A avó se contradizia em alguns momentos. Disse, primeiro, que ela [Eduarda] foi levada da casa. Depois disse que foram levados alguns objetos. Bastante nervosa”, afirmou o delegado Ricardo Jorge, na última segunda-feira.
O delegado ainda disse que era importante salientar que a avó paterna realizou o Boletim de Ocorrência de desaparecimento no dia seguinte, quinta-feira, por volta das 11h.
“Encontramos uma carta, supostamente escrita pela Eduarda, que ela estava descontente com a relação com a avó. Nós temos convicção que ela sabia sobre o fato [morte da criança] e mesmo assim registrou o Boletim de Ocorrência.”
Pai e avó mostravam resistência para divulgar desaparecimento
A equipe da RICTV | Record TV tentou contato com a avó de Eduarda, tentando uma aproximação para divulgar imagens da menina. Na época, ainda desaparecida. “Ah, eu ‘tô’ proibida de dar entrevista”, diz Tereza em determinado momento da ligação.
Em seguida, o pai da criança faz ‘Psiiiu’ e pergunta “Pois não?”. A equipe explica para o pai que queria algumas imagens de Eduarda para fazer a divulgação do caso. Seidi dispara: “a única autorização que a gente deu foi divulgar o que tá nas redes sociais. A gente não quer dar entrevista, porque a Polícia Civil está aqui e eles não querem que dê detalhes”.
A equipe argumenta, mais uma vez, sobre a possibilidade da gravação ser sem identificação, mas o pai diz que a avó está abalada. “Mora só eu, minha mãe e minha filha. Então, teria que ser eu ou minha mãe. Eu não ‘tô’ afim e minha mãe tá abalada, então, é bem difícil.”
Corpo de Eduarda Shigematsu é encontrado
O corpo da Eduarda, de 11 anos, que estava desaparecida desde o dia 24 de abril de 2019, foi encontrado enterrado nos fundos da casa onde morava após cinco dias. A criança estava com os pés e as mãos amarradas, com um saco plástico na cabeça e sinais de espancamento.
Durante uma varredura no local, os policias encontraram uma terra mexida no quintal e resolveram verificar. Em seguida, o corpo da menina foi encontrado.
“Eles começaram a cavar o lugar e, imediatamente, subiu um odor muito forte. Em seguida, eles localizaram o pé de uma criança e, já perceberam que poderia se tratar da Eduarda. Então, foi constatado que o imóvel do fundo era do pai e só ele tinha acesso”, contou Jorge.
Ao receber a informação que seria presa, a avó chorou bastante e chegou a declarar que o filho é um monstro.
Pai é preso por ocultação de cadáver
O pai de Eduarda, Ricardo Seidi, foi preso em flagrante por ocultação de cadáver. Segundo Jorge, câmeras de segurança registraram que Eduarda chegou em casa por volta das 11h50 de quarta-feira.
Depois, não há registro de imagens da menina saindo da casa. A única pessoa que saiu da residência foi o pai, por volta das 13h30, com um veículo na cor preta. Seidi admitiu que saiu com a filha já morta dentro do automóvel.
“Ele [pai de Eduarda] disse que encontrou a filha enforcada no quarto. Segundo ele, ela teria se matado. E, ao se deparar com a filha morta, ele se desesperou e amarrou o corpo. Em seguida, colocou no veículo”, contou o delegado.
Laudo desmente pai e aponta asfixia
Um laudo divulgado na segunda-feira, aponta que Eduarda Shigematsu morreu por esganadura. De acordo com resultado preliminar do Instituto Médico Legal (IML), a versão contraria o pai, que chegou a relatar que encontrou a filha enforcada dentro do quarto.
O delegado ainda revelou que o pai confessou que após o desespero de encontrar a filha morta decidiu colocá-la em um buraco, que seria para a fossa. “O pai, bastante frio, disse que no dia dos fatos estava na residência quando encontrou ela enforcada no quarto dela”, detalha.
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