Caso Georgia: motorista revela novos áudios do padrasto e da mãe da vítima
A pequena Georgia, de 7 anos, morreu com hematomas e lesões por todo corpo após dar entrada no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, na noite desta segunda-feira (11). Desde então a polícia investiga o caso da morte da criança. O motorista de aplicativo que levou o padrasto, a mãe e a vítima até a unidade de saúde revelou novos áudios dos familiares.
Segundo o motorista, Wanderlo, que era o padrasto, e Suelen Tissi Barbosa, a mãe de Georgia, mandaram mensagens desesperados após confirmar a corrida. Nas mensagens, os familiares imploravam para o profissional chegar o quanto antes. O hospital confirmou a entrada da criança às 22h57.
“Às 22h33 ele (Wanderlo) mandou o primeiro áudio, desesperado pedindo socorro. Daí ele me mandou o segundo áudio pedindo socorro que a filha dele tinha caído e batido com a cabeça. Daí eu perguntei ‘é urgente?’, porque eu estava em casa. Daí ele falou que era urgente nos próximos áudios, bem apavorado”, contou o motorista de aplicativo, que não quis se identificar.
Nos áudios apresentados pelo motorista, é possível ver que tanto o padrasto quando a mãe estão tensos e preocupados. “Oi cara, é urgente cara, minha filha caiu aqui, acho que ela está inconsciente mano. Preciso urgente levar ela no médico por favor, é urgente mano!”, explicou Wanderlo.
Na sequência a mãe de Georgia implorou, “Por favor, vem aqui logo”.
Confira mais detalhes:
Caso Georgia – o crime
A criança foi levada já sem vida até o hospital no fim da noite desta segunda-feira (11). Conforme a médica que realizou o primeiro atendimento, Georgia estava nua – coberta apenas por uma jaqueta – e apresentava diversos hematomas pelo corpo. Entre as lesões, foi possível identificar que algumas eram recentes, enquanto outras aparentavam ser de queimaduras mais antigas.
Durante um exame mais detalhado, a profissional encontrou também uma lesão próxima ao ânus da menina e a parte íntima estava inchada e arroxeada, o que pode indicar um abuso sexual.
Conforme o motorista de aplicativo que levou a família até o hospital, as marcas pelo corpo da criança eram assustadoras.
“Na hora ali, eu vi que não tinha o que fazer mais, puxava o braço para trás e pegava na mão da menina, ela ainda estava morna. Eu pedi muito a Deus que tirasse os obstáculos do meu caminho para chegar no hospital e dar para salvar a vida dela. Eu sabia que tinha algo errado. […] Ela tinha marcas na barriga, ela tinha bastante, e chegando lá no hospital, na hora que ela foi descer do carro [mãe], que eu abri a porta, eu vi nas costas das criança muitas marcas cicatrizada já”, conta o homem, que prefere não se identificar.
Tanto a mãe de Georgia como seu padrasto foram presos em flagrante, ele por estupro de vulnerável e homicídio qualificado. Os dois ainda são considerados suspeitos e permanecem à disposição da Justiça.
Na delegacia, a mulher confessou que o marido costumava agredir a criança, mas declarou que nunca denunciou por medo. Já o homem nega as acusações.
A Polícia Civil de Campina Grande do Sul, onde o caso foi registrado, espera pelos laudos que deverão comprovar a causa mortis da vítima assim como a suspeita de abuso sexual.
Wanderlo está detido em Campina Grande do Sul e Suelen está em Quatro Barras, também na Grande Curitiba, mas deve ser reconduzida ainda nesta quarta-feira para delegacia de Rio Branco do Sul, onde mulheres que são presas na RMC aguardam a transferência para algum presídio da região.