Testemunha revela que Miguel teve ajuda no crime e que os 2 queriam estuprar Layane
A polícia tem novas informações sobre o assassinato de Layane Czervinski, de 19 anos, ocorrido em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, no último final de semana. De acordo com um novo depoimento, de uma testemunha que não pode ser identificada, Miguel Angelo Duarte, de 24 anos, que confessou o assassinato da vítima não agiu sozinho.
A testemunha declarou à polícia que o próprio Miguel afirmou que a sua intenção era manter relações sexuais com a vítima, mas ela não quis, o que acabou em uma tentativa de estupro. Conforme contou, ele, Layane e o outro homem usavam drogas na quadra de esporte e, na sequência, os dois levaram a jovem a força até mata onde ela foi encontrada morta.
Lá, enquanto Miguel aplicou o golpe mata-leão que deixou a jovem desacordada, o comparsa passou a tirar as roupas da vítima, com o objetivo de juntos abusarem sexualmente dela. No entanto, nenhum deles conseguiu “consumar o ato sexual com penetração, pois não conseguiram ter ereção”, devido ao uso dos entorpecentes.
Após a frustração, o outro envolvido saiu para buscar gasolina, enquanto Miguel ficou no local preparando uma fogueira para atear fogo no corpo. Mas com a demora do cúmplice para retornar, ele colocou Layane sozinho na fogueira, esperou mais um pouco e foi embora.
Depoimentos de Miguel
Entre a terça-feira (21) e a quinta-feira (24), Miguel foi interrogado por duas vezes, na Delegacia da Mulher de São José dos Pinhais, e em ambas negou a participação de um terceiro envolvido. Ele também sustentou a versão de que não agrediu e nem tentou estuprar Layane. E, que ela foi encontrada seminua porque as roupas caíram enquanto era carregada por ele até o mato.
Segundo o assassino, ele conhecia Layane há pouco tempo e a jovem não tinha conhecimento de que ele era casado. No dia do crime, ele teria chamado ela para sair com o intuito de ter companhia para cheirar cocaína e não por interesse sexual.
Ainda conforme contou, já no início da madrugada de domingo (19), encontrou a vítima em uma cancha e os dois ficaram bebendo e usando drogas em uma quadra de esportes. Entre às 2h e 3h, quando seguiam para ir embora, a jovem entrou em estado de alucinação e foi então, que com o objetivo de apenas contê-la, que ele aplicou um mata-leão em Layane, golpe de estrangulamento, o qual fez com que a vítima desfalecesse.
Ele então jogou o corpo da jovem por cima de um muro, por onde também passou sua bicicleta, e, descalço, pisou nos restos de uma fogueira que estava no local. Com o susto, deixou a vítima cair com o rosto diretamente sobre as brasas e depois carregou Layane até a mata.
O crime
A jovem não foi mais vista desde a noite de sábado (18) e seu corpo foi localizado no início da manhã de segunda-feira (20). em uma área de mata no bairro Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba.
Segundo a Polícia Militar, quando foi encontrada, Layane vestia apenas um sutiã, apresentava várias queimaduras, principalmente na barriga e nos braços e tinha a vários ferimentos na cabeça. “As roupas estavam longe do corpo, tinha um óculos de grau de cor rosa, uma corrente também e o corpo estava seminu, a uma distância de mais ou menos uns 10 metros do local onde estavam essas roupas”, contou o tenente Reginaldo Cason, da Polícia Militar.
A Polícia Civil chegou até Miguel depois que teve acesso a mensagens trocadas por ele e a vítima em uma rede social. Na conversa, os dois marcavam de se encontrar, entre o fim da noite de sábado e início da madrugada de domingo (19), nas proximidades da área de mata onde o corpo foi localizado.
Os resultados de cinco laudos, esperados pela polícia, irão comprovar se Layane sofreu violência sexual e indicar a causa mortis.