por Redação RIC.com.br
reportagem RIC Record TV, Curitiba

A Polícia Civil de Telêmaco Borba, na região dos Campos Gerais do Paraná, investiga a morte do pequeno Lorenzo Gabriel de Freitas Melo, que tinha pouco mais de um ano e faleceu nesta quinta-feira (28) com 85% do corpo queimado. A principal suspeita é que a criança tenha sido vítima de agressões e torturas dentro da casa onde morava com a mãe, o padrasto e dois irmãos.

Após ser levado para um Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Telêmaco Borba, foi constatado marcas de queimadura e a criança foi transferida para Curitiba, onde recebeu tratamento no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie. Entretanto, o pequeno não resistiu e morreu na madrugada desta quinta-feira (28).

O pai da criança, que estava separado da mulher há aproximadamente seis meses, e uma tia acompanharam a internação de Lorenzo em Curitiba. 

“Estava 85% do corpo queimado. Estava com hematomas, machucados pelo rosto. Não conseguiram dizer exatamente qual líquido jogaram, se foi água quente”, relatou o pai após receber a notícia da morte do filho.

Pai revela que queria a guarda da criança

Em frente ao Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba, o pai de Lorenzo, Josiel de Melo, não conseguiu segurar as lágrimas tristeza pela morte do filho. “Estou sem chão na verdade. Eu não queria ver meu filho assim, eu tinha planos para ele. Ele era um piá que tinha muita coisa pela frente. Uma criança de um ano, inocente, indefesa”, contou.

O homem revelou que manteve uma relação com a mãe de Lorenzo por dois anos, mas estavam separados há seis meses. Após o término da relação, Josiel contou que tentou a guarda da criança, porém a decisão não foi favorável. 

Josiel ainda contou que a ex-mulher estava morando com o novo companheiro há aproximadamente dois meses. O pai de Lorenzo explicou que conhecia o histórico do homem, que segundo a investigação, possui 13 passagens pela polícia, sendo 10 delas por violência.

Padrasto está sendo procurado

Ainda nesta quinta-feira (28) a Polícia Civil de Telêmaco Borba iniciou as investigações sobre o caso Lorenzo. A mãe da criança foi ouvida na 18ª Subdivisão Policial e revelou detalhes, que segundo o delegado Amarantino Ribeiro Neto, tornam a mulher vítima também no caso.

“A investigação aponta que aquele ambiente, era um ambiente de intensa violência doméstica e familiar para com a mulher e para com os seus três filhos. A mulher inclusive ontem, ao ser ouvida, foi atendida como uma vítima da lei Maria da Penha. A ela foram requeridas medidas protetivas e já encaminhadas ao Poder Judiciário, porque em seus relatos ela conta que foi o tempo todo ameaçada e torturada pelo companheiro, que não deixava ela sair e mantinha sobre ela uma vigília constante”, falou o delegado Amarantino Ribeiro Neto.

O pai da criança também revelou que a mulher tentou se abrir com ele, porém, tinha medo do que poderia acontecer. “Ela tentou se abrir pra mim. Ela falava algumas coisas, meio assim, com medo. Ela falou assim, ‘não conta para ninguém o que eu vou te contar, porque eu estou correndo risco, meus filhos e minha família’”, relatou Josiel.

Até a publicação desta matéria, o padrasto de Lorenzo não tinha sido localizado. 

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29 maio 2020, às 00h00.
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