Foi concluído nesta terça-feira (9), o Inquérito Policial Militar (IPM) que investiga o envolvimento de três soldados na morte do jornalista Andrei Francisquini, na Praça da Espanha, em Curitiba, no dia 12 de maio. Assinado pelo 1º tenente Flares Frederico Boell, a Polícia Militar (PM) sugere pelo arquivamento do processo.

Na conclusão, a PM volta a reforçar, que conforme constatado pelos laudos de investigação, os tiros foram disparados em primeiro momento nos pneus e devido as próprias condutas de Francisquini, os disparos atingiram o condutor.

Caso Praça da Espanha: IPM sugere arquivamento de investigações

No documento assinado nesta terça-feira (9), está relatado que existem indícios de crime por parte dos soldados Antonio Taborda Rosa Junior, Edson de Oliveira e Rodrigo Otavio Mena Barreto Pereira, entretanto, sem nenhuma transgressão disciplinar por parte dos militares.

Outro ponto que é destacado pela PM, é que os disparos em direção ao condutor do automóvel suspeito foi a última alternativa dos policiais, visto que, a vida de outras pessoas estava em risco no momento.

A delegada Daniela Corrêa Antunes Andrade segue conduzindo as investigações por parte da Polícia Civil.

Morte do jornalista na Praça da Espanha

Andrei foi morto pela polícia durante uma perseguição que se iniciou na Rua Vicente Machado e terminou na Praça da Espanha. O boletim de ocorrência, lavrado pela própria PM, aponta que o jornalista estava armado e teria reagido à abordagem policial.

Uma pistola 9mm foi encontrada em seu colo, mais tarde, a perícia constatou que nenhuma munição havia sido deflagrada. A família de Andrei desde o início das investigações negou que o rapaz estivesse armado porque, de acordo com eles, o jovem sempre teve aversão a armas de fogo.  

No dia 13 de junho, a Polícia Militar se manifestou pela primeira vez a respeito do caso. “Existe realmente uma arma, que foi apreendida no local, mas as digitais não podem ser associadas a uma pessoa. A arma que estava no veículo, ela não foi utilizada, por essa razão inclusive não foi solicitada nem perícia, porque ela não foi utilizada”, declarou o coronel Carlos Eduardo Rodrigues Assunção, diretor de apoio logístico da PM.

No entanto, para o coronel, apesar da arma não poder ser ligada a Andrei, todo o contexto da situação justifica a forma de proceder dos PMs . “Todo o contexto, indica que havia uma situação de reação. E esta reação inclusive utilizando o veículo como arma. A Polícia Militar, e as polícias em geral, acabam atuando em situações para preservar sua integridade ou integridade de terceiros. A situação exigiu esse tipo de procedimento policial”, relatou Assunção em entrevista ao Balanço Geral Curitiba.

Em 4 de junho, o laudo feito pelo Laboratório Papiloscópico do Instituto de Identificação do Paraná deu negativo para a presença de digitais do jornalista Andrei Gustavo Orsini Francisquini, na arma supostamente encontrada no colo do homem.

Os policiais envolvidos foram ouvidos no dia 17 de junho, entretanto, a defesa do jornalista alegou contradições dos soldados nos depoimentos.

9 jul 2019, às 00h00.
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