Renata Larissa desapareceu após sair de casa acompanhada. (Foto: Reprodução/RICTV)

O Instituto Médico Legal confirmou que o corpo achado na BR-376 é de Renata Larissa desaparecida desde o dia 27 de maio

O Instituto Médico Legal de Curitiba (IML) confirmou no fim da tarde desta quinta-feira (2) que o corpo encontrado na manhã de quarta (1º) às margens na BR-376, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, é de Renata Larissa dos Santos, de 22 anos, desaparecida desde o dia 27 de maio em Colombo, também na região metropolitana da capital. 

De acordo com Paulino Pastre, diretor do IML, o reconhecimento foi feito através das impressões digitais. “Foi necessário a remoção das regiões distais das mãos para a  reconstrução das impressões digitais para distender adequadamente os tecidos em face de que estavam esqueletizados. Aí, com esse procedimento nosso papiloscopista e equipe conseguiram posteriormente fazer o confronto e identificar a Renata Larissa como sendo aquela pessoa”, afirmou.

Causa da morte de Renata Larissa

Ainda segundo Pastre não foi possível determinar a causa da morte da jovem devido ao avançado estado de decomposição em que o corpo foi encontrado. “Não se conseguiu elementos para identificar a causa da morte. Nós inclusive pesquisamos a possibilidade da existência de projéteis de arma de fogo e não foi encontrado nada”.

“Havia um tecido na região cervical que estava com dois nós fortemente atados, mas devido também ao processo de decomposição naquela região cervical, nós não temos elementos para dizer se aquilo foi um instrumento ou meio utilizado para tanto”, explicou o diretor do IML sobre a impossibilidade de comprovar que ela tenha sido morta por estrangulamento. No entanto, a presença desse tecido no local, gera a desconfiança de que o assassino possa sim ter estrangulado a vítima

Agora o IML iniciará os procedimento para que o corpo seja liberado à família.

IML Curitiba, Paulino Pastre
Equipe do IML que informou a confirmação da identidade do corpo. (Foto: Reprodução/RICTV)

Reconhecimento visual da vítima

No início da tarde desta quinta (2), familiares de Renata Larissa já haviam confirmado que se tratava da jovem. Segundo Jociléia da Costa, irmã de Renata, uma tatuagem de borboleta ainda visível teria auxiliado no reconhecimento visual. “Dava para ver bem, a tatuagem está bem visível ainda, uma borboleta no ombro”, contou à equipe da RICTV Curitiba | Record PR.

A mãe de Renata Larissa passou mal após saber que o corpo se tratava mesmo de sua filha e não conseguiu esperar pelo resultado dos exames. “A gente tinha esperança até aquele momento, de querer achar viva ou morta, de qualquer forma. Mas depois que você encontra e vê que não está com vida é muito difícil. A mãe também estava aqui e precisou ir embora porque passou mal” completou a irmã.  

Desaparecimento

Na noite do desaparecimento, segundo familiares, ela estava na sala de casa – em Colombo, também na região metropolitana da capital – enquanto conversava por aplicativo com alguém quando teria dito “Não precisa entrar. Eu já estou saindo”. Foi então que ela saiu de casa dizendo que ia até a farmácia, embarcou em um veículo, que não pôde ser identificado, e desapareceu.

Policial Militar acusado do desaparecimento
Renata Larrisa, Peterson Mota Cordeiro
O policial foi indiciado pelo desaparecimento de Renata Larissa. (Foto: Reprodução/RICTV)

Sobre o indiciamento do policial militar Peterson Mota Cordeiro, de 30 anos, pelo desaparecimento de Renata – ocorrido nesta quarta-feira (1º) – a irmã disse que foi uma surpresa, mas que eles acreditam na acusação da Delegacia da Mulher de Curitiba. “Eles se conheciam, mas nunca tiveram um relacionamento amoroso que a gente soubesse. Era de amizade mesmo”, disse Jociléia.

Renata Larissa e Peterson se conheciam pelo menos desde 2017 e a irmã garantiu que ele era conhecido pela família da vítima. Inclusive, mesmo depois de sua prisão temporária decretada pela suspeita de três estupros, na sexta-feira (20), os familiares de Renata não desconfiaram do amigo da jovem. “Muita gente falava que era um policial que tinha feito isso com ela, mas a gente não acreditava, não esperava mesmo”, finalizou.  

PM filmou Renata Larissa algemada e nua antes de execução

Durante uma coletiva de imprensa, realizada no início da noite do dia dois de julho, a delegada Eliete Kovalhuk, da Delegacia da Mulher de Curitiba, informou que o policial militar Peterson da Mota Cordeiro, de 30 anos, estuprou inúmeras mulheres que conhecia por aplicativos de namoro, entre elas Renata Larissa dos Santos, de 22 anos, que ele abusou sexualmente e assassinou.

Nas investigações, a polícia descobriu que era modus operandi de Peterson filmar e fotografar os estupros cometidos. São tantas vítimas, que a polícia ainda está tentando identificar todas elas. “Ele obrigava as vítimas a falar o nome e a idade, então a gente já tinha ciência de que tinha uma vítima chamada Larissa com 22 anos. A partir disso, nós focamos nos sinais particulares como a tatuagem e durante o trabalho de campo verificamos que havia esse desaparecimento”, disse Eliete.

Renata Larissa e Peterson

De acordo com a delegada, a polícia ligou o desaparecimento de Renata Larissa ao policial por acaso quando o computador e celular de Peterson foram periciados devido às acusações de estupro. Foi então que eles encontrados vídeos e fotos de Renata sendo abusada sexualmente. “Nós estamos investigando várias situações de estupro de fatos ocorridos em Curitiba, o Peterson da Mota Cordeiro que é o nosso principal suspeito de vários casos, ele já está preso por uma outra investigação que a gente já concluiu e nessa investigação houve a decretação da prisão temporária e do mandado de busca e apreensão dos aparelhos eletrônicos dele na residência. Foi a partir desses dados que descobrimos várias outras vítimas”, explicou.

Renata Larissa e Peterson se conheciam pelo menos desde 2017 e a irmã garantiu que ele era conhecido pela família da vítima. Segundo Jociléia eles eram amigos e não teriam um relacionamento amoroso.

Localização do corpo da vítima

Ainda conforme Eliete o corpo de Renata Larissa foi encontrado após a polícia confrontar os dados de localização do celular do acusado com o os dados de localização da vítima. “Fizemos um mapeamento de todos os casos, a maioria deles cometidos na região do Zoológico, uma região que ele demonstrou conhecer muito bem e na sequência, a partir do desaparecimento da Larissa, em que a família informou que o último sinal de celular havia sido na região de São José dos Pinhais. A gente ligou as duas informações e chegou enfim ao corpo”, disse.

Ainda de acordo com as investigações da Delegacia da Mulher de Curitiba, o estupro de Renata aconteceu na região do Zoológico, mas acredita-se que a intenção inicial não era matá-la, já que todas as outras vítimas não foram assassinadas. A delegada supõe que a jovem tenha oferecido algum tipo de resistência, que deixou Peterson nervoso a ponto de tomar tal atitude. No entanto, a versão ainda deverá ser confirmada já que durante o interrogatório do policial, na tarde de quarta-feira (1º), ele preferiu manter o silêncio.  

“O último vídeo da Larissa é dela nua, algemada, fora do carro e com as mãos para trás. Acredito que foi nesse momento em que houve a execução” disse Eliete Kovalhuk sobre arquivos encontrados nos aparelhos eletrônicos do acusado. A delegada confirmou também que na noite do assassinato de Larissa, foram gravados pelo menos três vídeos e tiradas várias fotografias da vítima.

Velório da jovem

No dia 3 de agosto, o velório foi realizado por familiares e amigos no Cemitério Municipal do Santa Cândida, em Curitiba. sexta-feira (3). A cerimônia foi marcada por muita comoção e sentimento de perplexidade com o modo como a estudante foi morta.

*Com informações de Maurício Freire, repórter da RICTV Curitiba

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