Depois de sobrevoar as regiões afetadas pelas chuvas no Paraná e em Santa Catarina, nesta terça-feira (17), a presidente Dilma Rousseff prometeu acelerar o envio de recursos federais para auxiliar desabrigados e para prevenir tragédias.

Depois do sobrevoo, a presidente pousou em União da Vitória, um dos municípios mais afetados pelas cheias, e se disse chocada com o que viu. “Fiquei estarrecida com o grau de alagamento do rio. O rio rompeu as margens e você não sabe onde é rio e onde é cidade. Tem casas só com tetos à vista.”

União da Vitória fica às margens do Rio Iguaçu, que nesta terça-feira chegou a atingir 8,11 metros (a profundidade normal é de 2,5 metros). Com a cheia, cerca de 40% da cidade ainda está embaixo da água. As chuvas fortes começaram no dia 7 e provocaram 13 mortes no Paraná – 1 em União da Vitória.

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), decretou estado de emergência em 158 municípios do Estado. Em União da Vitória, 3 mil casas foram danificadas, 520 pessoas estão desabrigadas e 12.152 estão em abrigos públicos. No total, as enchentes afetaram 52.600 pessoas na região.

Solicitação

O governador Beto Richa aproveitou a presença da presidente para pedir um auxílio de R$ 160 milhões para a recuperação de rodovias danificadas e atender a população afetada pelas chuvas.

Dilma garantiu que enviará os recursos pedidos, assim que for formalizada a solicitação. “Nós fazemos uma ação conjunta entre os municípios atingidos, o governo federal e o governo do Estado”, disse.

O valor foi levantado pela Secretaria da Infraestrutura e Logística. Até agora, foram mapeados 1.755 quilômetros de estradas prejudicadas pela chuva. Além disso, há a necessidade de reconstrução de três pontes. O ofício foi formalmente encaminhado para o Ministério da Integração Nacional.

No encontro com a presidente, Richa disse que os prejuízos totais do Paraná devem passar de R$ 1 bilhão. Em todo o Estado são 158 municípios atingidos e mais de 700 mil afetados.

O primeiro levantamento aponta um prejuízo de R$ 100 milhões, mas a Defesa Civil do Paraná afirma que ainda será preciso esperar as águas baixarem para fazer um levantamento mais preciso da situação. Segundo a prefeitura, a cheia do Rio Iguaçu é uma das maiores dos últimos 20 anos e a estimativa é de que o nível do rio volte ao normal só em 15 dias. No fim da tarde desta terça, voltou a chover no município, o que pode agravar a situação.

Sobre as medidas de prevenção, como por exemplo a construção de um canal extravasor para o Rio Iguaçu, a presidente disse que é o Estado quem deve apresentar o projeto. “Quem faz a prevenção é o projeto elaborado pelas cidades, não é o governo federal que elabora projeto. Quem conhece mais a cidade é a cidade. Quem conhece mais o Estado é o Estado. Os projetos de prevenção que nós fizemos em todo o Brasil vieram de municípios e Estados”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.