Coronavírus: bares e restaurantes demitem um milhão de empregados e fecham 20% dos negócios

por Renata Nicolli Nasrala
com informações do R7
Publicado em 12 maio 2020, às 00h00.

De acordo com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), por conta do coronavírus o setor de bares e restaurantes já demitiu um milhão de pessoas e fechou cerca de 20% de seus negócios.

Apesar da criatividade e das inovações com sistemas de venda em drive-thu ou venda de créditos antecipados, a situação para grande parte dos emprendimentos foi a de não conseguir evitar a demissão de seus funcionários.

Coronavírus: a situação de bares e restaurantes

Conforme a Abrasel, pelo menos 20% dos bares e restaurantes do país já fecharam as portas após as medidas de isolamento social.

Além disso, o setor reunia até março quase 1 milhão de pontos comerciais e empregava cerca de 6 milhões de trabalhadores, sendo 3 milhões de empregos formais.

Uma pesquisa feita pela ANR (Asscociação Nacional dos Restaurantes), que tem 9 mil pontos comerciais no Brasil associados, aponta que 76,11% dos restaurantes já precisaram demitir desde o início da crise.

“Estamos enfrentando uma crise sem precedentes. Os estabelecimentos estão fechados, sem capital de giro e com muitas dúvidas sobre a questão da reabertura. Além disso, nosso setor é formado por muitas pequenas e médias empresas, que possuem pouco acesso ao crédito”, afirma Cristiano Melles, presidente da ANR.

Salários de maio

Para o pagamento das contas em maio, a maioria dos donos de restaurantes e bares afirmou recorrer a acordo previsto pela MP dos Salários, que autoriza suspensão de contratos ou redução de jornada e salários, com compensação paga pelo governo federal.

Ainda de acordo com o levantamento da ANR, 75,89% dos empresários afirmaram que iriam usar da MP dos salários para a folha de pagamento do mês de maio. 14,29% disseram que vão buscar crédito para o pagamento das contas, e apenas 9,82% afirmaram que pagariam normalmente os salários de maio.

Mesmo em meio a tantas dificuldades e soluções, as redes de bares e restaurantes devem encontrar dificuldade na retomada de seus negócios.

Conforme Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE, este setor é o que deve demorar mais para se recuperar após a crise da pandemia. Os efeitos poderão durar, em média, 10,8 meses, se estendendo até 2021.