Coronavírus: Brasil permanece sem casos suspeitos da doença

por Gabriel Azevedo
com informações das agências
Publicado em 27 jan 2020, às 00h00.

O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informam que, até o momento, não há detecção de nenhum caso suspeito, no Brasil, de Pneumonia Indeterminada relacionado ao evento na China. Paranaguá (PR), Santos (SP), Niterói (RJ), Belo Horizonte (MG), todos os casos foram descartados, inclusive, sem a realização de exames laboratoriais.

Em Paranaguá, no Litoral do Paraná, a Anvisa descartou qualquer possibilidade de infecção pelo Coronavírus (2019-Ncov) do tripulante do navio Great Praise, que está atracado no Porto de Paranaguá, o segundo maior terminal portuário do Brasil.

“O trabalhador da embarcação não apresentava sintomas e foi liberado dos exames que aconteceriam na tarde desta segunda-feira (27), descartando qualquer possibilidade da doença. Com isso, a embarcação está liberada para seguir viagem nesta terça (28)”, afirma a Anvisa, em nota. O navio vai para Santa Catarina.

Na quarta-feira (22), o Ministério da Saúde ativou o Centro de Operações de Emergências (COE) – Coronavírus, para monitorar a entrada de casos suspeitos. O comitê tem como objetivo preparar a rede pública de saúde para o atendimento de possíveis casos no Brasil, o que ainda não aconteceu.

Baixo risco

A Fundação Oswaldo Cruz anunciou na sexta-feira (24) a criação de um grupo de trabalho para preparar o País, junto a órgãos públicos, para a chegada do coronavírus. De acordo com o pesquisador Rivaldo Venâncio, da Fiocruz, afirmou ao jornal O Globo que “é bastante provável que esse vírus chegue ao Brasil”, considerando o grande fluxo de pessoas entre os continentes. “Mas é importante que a população saiba que a identificação do novo coronavírus no país não deverá ser motivo para alarde ou pânico”, ressaltou.

De acordo com o infectologista Benedito Antonio Lopes da Fonseca, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, não há motivos para a população brasileira ter receios no momento sobre o surto do 2019-nCoV ao Brasil. “Com o Sars, houve uma grande epidemia na China e pequenos surtos em outros países, mas acabou ali. Uma grande vantagem da globalização é que as medidas de contenção de epidemias são colocadas em prática muito mais rápido do que no passado”, afirma Fonseca.

“É preciso avaliar a movimentação de pessoas entre esta região da China e o Brasil. Se for baixo, acredito que o risco é mínimo, quase inexistente, de o vírus chegar ao país”, afirma.

CONFIRA: mapa mostra casos confirmados em tempo real 

Vacina

Um grupo de cientistas do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês) deverá testar vacinas contra o coronavírus em humanos em até três meses, de acordo com a agência de notícias Reuters. A vacina será desenvolvida a partir do código genético desta nova mutação do coronavírus, conhecida como 2019-nCOV.

O que você precisa saber sobre o novo coronavírus:

–> É um vírus que tem causado doença respiratória pelo agente coronavírus, recentemente identificado na China. Os coronavírus são uma grande família viral, conhecidos desde meados de 1960, que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais.

–> Os sinais e sintomas clínicos são principalmente respiratórios, como febre, tosse e dificuldade para respirar.

–> Se alguém apresentar esses sintomas, o paciente deve utilizar máscara cirúrgica e ser acomodado em quarto privativo. O profissional de saúde deve coletar as amostras respiratórias e encaminhar os casos graves para um hospital de referência para isolamento e tratamento.

–> Para redução do risco de adquirir ou transmitir doenças respiratórias, deve-se realizar frequente higienização das mãos, principalmente antes de consumir alimentos, utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir, evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca.

–> Além disso, não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas, manter os ambientes bem ventilados, evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença.