“Ele fez um crime contra mim e eu que fui presa”, disse Cristiana Brittes sobre o jogador Daniel Correa durante depoimento nesta quarta-feira (4), no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Além dela, outros seis réus foram interrogados, porém, três deles preferiram permanecer em silêncio.

Cristiana Brittes afirma que não estava consciente

Chorando, Cristiana disse para a juíza Luciani Regina Martins, do Ministério Público do Paraná (MP-PR), que não estava totalmente consciente no momento das agressões. “Eu lembro que eu pedi ajuda…se eu falar para a senhora que estava 100% consciente, eu não estava… porque além de estar embriagada, eu estava dormindo.”

Em seguida, Cristiana Brittes afirmou que, quando viu seu marido segurando o jogador Daniel Correa pelo pescoço, saiu do quarto e resolveu pedir ajuda para seu primo. “Eu pulei a janela para pedir ajudar e pensei no Eduardo, meu primo, porque pra mim ele era o mais forte e podia ajudar a separar.”

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Allana, Edison e Cristiana Brittes horas antes da morte do jogador Daniel (Foto: Reprodução/Facebook)

‘Eu fui a vítima’

Confirmando a entrevista de Allana, sobre Cristiana Brittes ser a maior vítima do caso, a réu disse que queria Daniel vivo. “Não é culpa minha, eu não fiz nada. Muito pelo contrário, eu queria que o Daniel estivesse vivo, sentado aqui, respondendo pelo crime que ele cometeu contra mim. Ele fez um crime contra mim e eu fui presa.”

Completamente alterada e chorando, Cristiana afirmou que parte dela também morreu no dia 27 de outubro de 2018. “Eu fui jogada viva no inferno e é lá que eu estou vivendo”, disparou.

‘Daniel estava tentando me abusar’

Fazendo ligação sobre a versão do crime contada por Allana e Edison, Cristiana contou que o jogador Daniel estava tentando abusar sexualmente dela antes da morte. “Eu estava dormindo e acordei com ele em cima de mim, pegando no meu seio, estava com o pênis para fora e esfregando em mim. Aí, eu não estava entendo o que estava acontecendo, eu não sei a reação que eu tive. Eu lembro que ele falou ‘calma, calma, é o Daniel’.”

Porém, ao mesmo tempo que diz não entender exatamente o que estava acontecendo, ela afirmou que começou a pedir socorro. “Minutos depois, meu marido veio pela janela e ele [jogador Daniel] ainda estava em cima de mim e eu disse ‘por favor, vamos chamar a polícia Junior.”

Caso Daniel: confira quem são réus do processo!

Os sete réus respondem por crimes diferentes. Confira aos crimes que cada um responde!

  • Edison Brittes (38 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor e coação no curso do processo;
  • Cristiana Brittes (35 anos):  homicídio qualificado por motivo torpe, coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor;
  • Allana Brites (18 anos): coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de menor;
  • Eduardo da Silva (19 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;
  • Ygor King (19 anos):  homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;
  • David Willian da Silva (18 anos):  homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e denunciação caluniosa;
  • Evellyn Brisola (19 anos):  denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de menor e falso testemunho;

Relembre o crime brutal contra jogador Daniel

Daniel Correa foi brutalmente agredido e morto na manhã de 27 de outubro de 2018, após uma confusão na residência dos Brittes. Na ocasião, cerca de 15 pessoas estavam na casa participando de um after do aniversário de Allana Brittes, que havia ocorrido em uma casa noturna de Curitiba.

A confusão começou depois que Edison flagrou o jogador Daniel deitado na cama com sua esposa, Cristiana Brittes. Segundo o depoimento de Cristiana Brittes, ela teria acordado com jogador Daniel apenas de cueca no local.

A defesa da família Brittes alega que o jogador tentou estuprar Cristiana. Em contrapartida, os advogados da família de Daniel afirmam que tudo não passou de uma brincadeira infantil e de mau gosto do jovem.

O resultado do flagrante foi o espancamento do jogador na casa dos Brittes e seu assassinato na Colônia Mergulhão, em São José Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. No local de mata, o jogador teve seu pescoço parcialmente decapitado com uma faca de churrasco e o órgão sexual extirpado por Edison Brittes.

5 set 2019, às 00h00.
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