Delegado teria mencionado o nome de Jair Bolsonaro (PSL) antes de empurrar o tripé
O delegado da Polícia Federal Gastão Schefer Neto invadiu nesta sexta-feira (4) o acampamento realizado por apoiadores do ex-presidente, no bairro Santa Cândida, em Curitiba, e derrubou um equipamento de som e danificou a barraca em que o aparelho era abrigado.
De acordo com o documento protocolado na Superintendência da Polícia Federal no Paraná, endereçado à corregedoria da corporação, o delegado teria mencionado o nome do deputado federal e pré-candidato à presidência da república, Jair Bolsonaro (PSL), antes de empurrar o tripé de sustentação do aparelho de som. Gastão foi candidato a deputado federal em 2014 pelo Partido da República (PR).
Imagens divulgadas pelos apoiadores mostram o momento em que a Polícia Militar retira o delegado, que também registra a situação pelo celular após a confusão.
O delegado foi contido pelos manifestantes até a chegada da Polícia Militar. Ainda no documento enviado à PF, os integrantes pedem a apuração e responsabilização funcional cabível. Gastão reside na rua ao lado ao acampamento, com o filho recém-nascido e estaria incomodado com o barulho provocado pelos manifestantes – o que teria motivado a ação.
Durante à tarde desta sexta-feira (4), a hashtag “Delegado da PF” ficou entre os assuntos mais comentados do Brasil no Twitter.
Confira as imagens divulgadas pela Comunicação Vigília Lula Livre:
Boletim de ocorrência
De acordo com a Polícia Civil, dois boletins de ocorrência foram registrados no 4º Distrito Policial. Um pelo delegado Gastão Schefer Neto, por perturbação do sossego, ameaça e lesão corporal. O outro boletim foi feito pelos integrantes acampandos, por dano e ameaça.
Imagem: Reprodução
Transferência
A Prefeitura de Curitiba protocolou no sábado (28) um novo pedido na 12ª Vara da Justiça Federal para a transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O novo pedido foi feito após um homem ficar gravemente ferido durante um tiroteio contra integrantes do acampamento de movimentos sociais que são contra a prisão.
O ex-presidente está preso na superintendência da Polícia Federal no Paraná desde 7 de abril. O Sindicato dos Delegados da Polícia Federal no Paraná e a própria superintendência da Polícia Federal reforçaram o pedido de transferência. O Ministério Público Federal deu parecer contrário ao pedido e alegou que não há, por enquanto, um lugar melhor no Paraná para que Lula cumpra a pena.
No dia 13 de abril, a Prefeitura de Curitiba já havia realizado um pedido para que o ex-presidente fosse transferido alegando problemas gerados para os moradores.
Em contato com a Polícia Federal, a instituição disse, via assessoria de imprensa, que trata o caso como uma “briga de vizinhos” e que a situação não foi em razão do cargo que Gastão ocupa.
Moradores
Na manhã de quarta-feira (2), um grupo favorável à operação Lava Jato foi até a sede da Prefeitura de Curitiba pedir providências para a retirada dos manifestantes em solidariedade aos moradores do bairro Santa Cândida. A manifestação ocorreu após o Prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMN), publicar nas redes sociais que entende o momento histórico, mas que os transtornos penalizam os curitibanos do bairro Santa Cândida, local onde fica a sede da PF.
Segundo a assessoria da prefeitura, desde a chegada de Lula na Sede da Polícia Federal em Curitiba, já foram registrados pelo telefone 156 inúmeras reclamações de moradores das ruas de acesso ao prédio. São elas:
- 15 de pedido de proteção ao patrimônio;
- 07 reclamando de poluição sonora;
- 05 de questões relativas a trânsito;
- 03 solicitações de coleta de lixo;
- 03 solicitações de fiscalização de comércio ambulante;
- 02 pedidos de proteção ao cidadão;
- 01 reclamação de obstrução de calçada.