Após serem denunciados por vários crimes, 11 GMs de Londrina são afastados das ruas
Onze Guardas Municipais (GM) de Londrina, no norte do Paraná, foram afastados das ruas, após serem denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) pelos crimes de tortura, abuso de autoridade, denunciação caluniosa, falsidade ideológica e disparo de arma de fogo.
O fato que desencadeou o processo foi uma ocorrência de perturbação de sossego atendida pelos agentes no dia 18 de julho deste ano.
Segundo a denúncia, os guardas teriam invadido uma residência, onde agrediram e ameaçaram cinco vítimas, submetendo-as a intenso sofrimento físico e mental. As investigações apontaram que a violência foi empregada como forma de aplicar castigo pessoal, sendo utilizados golpes de cassetetes, chutes, socos e arma de eletrochoque.
Além disso, com o objetivo de justificar a conduta criminosa, já na Delegacia de Polícia, os guardas municipais teriam imputado falsamente às vítimas a prática de crimes de ameaça, desacato, resistência e infração de medida sanitária, prestando declarações falsas para desviar o curso das investigações.
O que diz a Guarda Municipal
De acordo com o comandante da Guarda Municipal, o coronel Pedro Ramos, os guardas municipais foram recebidos na residência em questão por uma pessoa que se identificou como proprietária da casa e auxiliar do Ministério Público. Além disso, ele afirma que os participantes da confraternização teriam resistiram à abordagem.
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O coronel alega que uma pessoa teria partido para cima dos guardas e foi presa. A que se apresentou como servidora pública também foi levada à delegacia e autuada por desacato. Já outros dois presentes foram autuados por não cumprirem as determinações da pandemia.
“Nós recebemos uma requisição do Ministério Público pedindo toda a documentação do fato, inclusive escala de serviço. Nós prontamente atendemos e, posteriormente, agora na segunda-feira [13], a gente recebeu esse ofício, mas não recebemos nenhuma informação a respeito de qual era a cautelar. E, aí, foi através de um guarda que, procurando a chefia imediata, disse que recebeu uma notificação pelo WhatsApp de que ele não poderia se aproximar até 500 metros de uma lista de pessoas que estava no documento. Ele mandou esse documento para nós, nós tomamos como verdadeiro o documento dele e, de maneira preventiva, até para salvaguardar os direitos dos guardas, que até então não tinham sido ouvidos sobre isso, retiramos eles das atividades de rua”,
explica o Coronel Pedro Ramos.
Os documentos foram encaminhados para a Corregedoria Municipal fazer a análise e o caso segue sendo investigado.
O Ministério Público do Paraná informou, por meio de nota, que nenhuma das pessoas envolvidas na denúncia contra os guardas municipais é funcionária do órgão.