foto: Fotos Públicas

Confusão entre os deputados aconteceu quando ambos voltavam aos seus lugares no plenário

O deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ)
protagonizou uma confusão depois de votar contra o impeachment na noite deste domingo (17) na Câmara Federal, em Brasília. Ao deixar o microfone no Plenário, le cuspiu na direção ao parlamentar Jair Bolsonaro (PSC-RJ), de
acordo com relatos de jornalistas que acompanhavam a votação de dentro do
plenário.

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    Por serem do mesmo Estado, o Rio de Janeiro, os dois rivais votaram no mesmo bloco. Durante seu voto, Bolsonaro homenageou o ex-chefe de um dos órgãos de repressão da ditadura militar, General Ustra. 

    “Perderam em 1964, perderam agora em 2016”, disse, fazendo uma referência ao golpe militar. “Contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, o meu voto é sim”, defendeu Bolsonaro. Ele ainda parabenizou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dizendo que “ele entrará para a história”e foi vaiado nesse momento.

    O deputado Jean Wyllys se disse “constrangido” de participar de uma “eleição indireta, conduzida por um ladrão, urdida por um traidor conspirador e apoiada por torturadores covardes, analfabetos políticos e vendidos. Uma farsa sexista”. Ele declarou seu voto contra o impeachment em nome “dos direitos da população LGBT, do povo negro exterminado nas periferias, dos trabalhadores da cultura, dos sem teto  dos sem terra”.

    Jean Willys (PSOL-RJ) confirmou ter cuspido na cara de Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em resposta a um insulto durante a votação e disse não se arrepender do gesto.

    “Na hora em que fui votar esse canalha (Bolsonaro) decidiu me insultar na saída e tentar agarra meu braço. Ele ou alguém que estivesse perto dele. Quando ouvi o insulto eu devolvi, cuspi na cara dele que é o que ele merece”, explicou Willys.

    Indagado se teria sido se arrependido do gesto, ele respondeu: “De jeito nenhum. Eu cuspiria na cara dele quantas vezes eu quisesse e quantas vezes tivesse vontade”. 

    O deputado disse não temer um processo por causa do gesto. “Processo merece quem é machista, que é a favor da violência, quem defende a memória (do coronel Carlos Alberto) Brilhante Ustra, um torturador. Isso deveria escandalizar vocês, não um cuspe na cara de um canalha”, justificou.

    O parlamentar do PSOL não detalhou qual o teor do suposto insulto de Bolsonaro. 

    Mais cedo, Jean Wyllys já tinha discutido no plenário com o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), membro da bancada evangélica. O parlamentar carioca disse que Feliciano deveria assumir sua homossexualidade. O deputado paulista retrucou.

    *Com informações da equipe RICTV Record em Brasília e da agência Estadão Conteúdo