Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Aliados do presidente da Casa consideram salvar o parlamentar da cassação do mandato como “prêmio” por ele ter aceitado o pedido de impeachment

Deputados federais pelo Paraná, Dirceu Sperafico (PP) e Osmar
Serraglio (PSDB), estão entre o grupo de aliados do presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que defendem “salvar” o parlamentar no processo de cassação do
mandato que está em andamento no Conselho de Ética da Casa.

 “Eduardo Cunha exerceu um papel fundamental para
aprovarmos o impeachment da presidente. Merece ser anistiado”, defendeu
Serraglio em entrevista ao site Congresso em Foco.

“Outro deputado qualquer não teria resistido às pressões do
Palácio do Planalto. Vamos salvá-lo”, disse o deputado Dirceu Sperafico ao
mesmo site de notícias políticas.

A anistia de Cunha seria uma “retribuição” por ele ter
aceitado o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Em março, Cunha passou a ser o primeiro réu da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) depois que os ministros aceitaram a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra ele em um dos três inquéritos pelo qual é investigado. Cunha é acusado de receber propina de US$ 5 milhões no esquema de corrupção na Petrobrás.

O Ministério Público Federal (MPF) também investiga se o presidente da Câmara e seus familiares mantiveram contas ilícitas na Suíça, que teriam sigo irrigadas com dinheiro desviado da petroleira, além do recebimento ilegal de R$ 52 milhões em obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. 

No Conselho de Ética, Cunha é julgado por ter
mentido em depoimento à CPI da Petrobras, em março, quando afirmou não ter
contas no exterior. Isso configura crime de quebra de decoro parlamentar, o que
pode levar a cassação do mandato.

E as articulações para livrar o deputado de perder o mandato já começaram. Nesta terça-feira (19), dois dias após a votação do processo de impeachment, o primeiro-vice-presidente da Casa, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), determinou que o Conselho de Ética deve limitar a investigação contra o presidente Eduardo Cunha, ao escopo inicial da representação contra o peemedebista por quebra de decoro parlamentar.