Após uma semana de manifestações nas principais cidades do país, a presidente Dilma Rousseff se reúne nesta segunda (24) com governadores e prefeitos das capitais. Às 13h30, ela terá encontro com líderes dos protestos que ocorrem no país.

Na sexta-feira (21), em cadeia nacional de rádio e televisão, ela defendeu o direito de protestar, mas condenou o vandalismo e os atos de violência. A presidenta disse que está atenta às reivindicações e que o pedido de mudança é legítimo.

“Os manifestantes têm o direito e a liberdade de questionar e criticar tudo, de propor e exigir mudanças, de lutar por mais qualidade de vida, de defender com paixão suas ideias e propostas, mas precisam fazer isso de forma pacífica e ordeira”, disse.

Dilma alertou que “o governo e a sociedade não podem aceitar que uma minoria violenta e autoritária destrua o patrimônio público e privado, ataque templos, incendeie carros, apedreje ônibus e tente levar o caos aos nossos principais centros urbanos. Essa violência, promovida por uma minoria, não pode manchar um movimento pacífico e democrático”.

A presidente conversa com os prefeitos das capitais às 16h, mas antes, ao meio-dia, eles participam de reunião na sede da Frente Nacional de Prefeitos.

Apesar de alguns líderes dos protestos terem anunciado, na semana passada, a suspensão das manifestações, há uma série de atos programados para hoje em várias cidades. As redes sociais são o principal meio de organização dos protestos.

Paraná

O governador do Paraná, Beto Richa, confirmou a presença na reunião. Ele vai propor durante o encontro que o governo federal invista pelo menos 10% de suas receitas em saúde.

“O que mais estamos vendo nas manifestações é o pedido geral da população por uma saúde de melhor qualidade. Em função disso, estou desde já tratando com outros governadores que essa proposta seja apoiada por outros estados também”, afirmou Richa.

Curitiba

O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, coordenador do grupo de prefeitos das cidades-sede da Copa, vai sugerir durante o encontro que todas as cidades da Copa reduzam significativamente os recursos com publicidade para Copa do Mundo de 2014 para ajudar na redução das tarifas do transporte coletivo, como já foi feito em Curitiba.

Gustavo também defende que o governo federal reveja algumas das concessões feitas à Fifa, que, na opinião do prefeito, precisa ter sensibilidade e reconhecer que os brasileiros vocalizam nas ruas uma forte discordância com o padrão de gastos em torno da Copa.