O pedido de desligamento, conforme a própria prefeitura, veio há 30 dias, e foi feito pelo próprio presidente, que encaminhou o comunicado ao prefeito Rafael Greca
O presidente da Urbanização de Curitiba (URBS), José Antônio Andreguetto, confirmou, nesta quarta-feira (9), que vai sair do comando da empresa de economia mista que controla o sistema de transporte público da cidade. O anúncio vem num momento crítico, com um verdadeiro impasse entre a prefeitura de Curitiba e as empresas que controlam o transporte público na capital, por causa da renovação da frota na capital do Estado.
Segundo o comunicado, divulgado pela assessoria de imprensa da prefeitura, José Antônio Andreguetto resolveu sair por motivos pessoais. “Pediu o desligamento do cargo e será substituído, interinamente, pelo diretor de transporte, Antônio Carlos Pereira de Araújo”, explica a nota.
O pedido de desligamento, conforme a própria prefeitura, veio há 30 dias, e foi feito pelo próprio presidente, que encaminhou o comunicado ao prefeito Rafael Greca. “A sua saída do cargo, acontecerá em breve, após a reunião da Assembleia Geral da Urbs, que precisa homologar a mudança da presidência”, finaliza, sem detalhes, o comunicado da prefeitura.
Em entrevista ao RIC Mais, o ainda presidente da Urbs disse não querer comentar quais vão ser seus projetos daqui para frente, mas que a decisão nada teve a ver com a situação de momento da prefeitura. “Totalmente por motivos particulares. Pedi para sair e o prefeito tinha me pedido para aguardar, agora fizemos o comunicado porque a assembleia vai ser feita logo”, explicou José Antônio Andreguetto.
Segundo Andreguetto, ele sai da presidência pela em que entrou. “Simplesmente por uma vontade de seguir um outro rumo, um novo projeto de vida, que não tem relação com a política. Enfatizo que minha saída é de espontânea vontade e não por qualquer problema interno como já chegaram a falar”.
Impasse da nova frota
A prefeitura de Curitiba continua sem saber como resolver o problema da frota do transporte público da cidade. Por conta deste problema, na semana passada ao participar de uma sessão na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), o prefeito Rafael Greca (PMN) disse que a prefeitura pode acabar custeando os novos veículos, já que os atuais estão sucateados. “Temos dinheiro para comprar ônibus”, disse o prefeito, alertando que pediu a técnicos da sua equipe para analisar a possibilidade de o Executivo custear integralmente uma linha que conecte o Pinheirinho ao Santa Cândida.
Greca cogitou a opção de a prefeitura comprar ônibus novos para a frota licitada, mas condicionou isto à autorização judicial. Disse que está emperrado, dado haver 35 ações na Justiça entre a administração e as empresas de ônibus. O ainda presidente da Urbs, por sua vez, explicou que isso não foi o motivo de sua saída. “Esse impasse existe há muito tempo e tínhamos duas situações que não permitiam a renovação. A primeira delas era a falta de recursos e foi resolvida. O problema agora é a liminar (de 2013, que retira das empresas a obrigatoriedade de renovação), que ainda está em fase de negociação, mas isso é só o tempo e eu prefiro não comentar”, finalizou.