Empresário que matou vizinho por causa de som alto irá a júri popular
O empresário Antônio Humia Dorrio, de 50 anos, que matou o vizinho Douglas Junckes, de 35 anos, por causa de som alto, em maio de 2018, em Curitiba, irá a júri popular, segundo a decisão da Justiça. O acusado responderá por homicídio qualificado por motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa de vítima.
Relembre o caso de empresário que matou o vizinho por causa de sol alto
O crime ocorreu no final da tarde de 20 de maio, um domingo, em um condomínio de classe média no bairro Juvevê, região nobre da capital paranaense. Na ocasião, o empresário, que vivia no 5º andar, foi armado até o apartamento de Douglas, no 4º andar, para reclamar do som alto. Houve uma discussão, os dois entraram em luta corporal e a vítima acabou atingida por três disparos: dois na cabeça e um no peito. O próprio acusado também foi ferido no braço por um tiro.
Douglas morreu dentro de seu próprio apartamento enquanto o empresário, mesmo com ferimento, dirigiu até o Hospital Cajuru para ser atendido. Ele foi preso em flagrante e encaminhado à delegacia logo após ser medicado. Ainda em junho de 2018, Antônio deixou a prisão.
Para a família da vítima a Justiça é a última esperança. “Nós queremos Justiça. A gente sofre todos os dias. É inesquecível, a saudade então é muito difícil”, disse o pai emocionado.
Em depoimento, Antônio afirmou que matou o vizinho para se defender. “Sem dúvidas, eu jamais queria que isso tivesse acontecido, mas eu tava lutando pra viver”, declarou.
O que diz a defesa do acusado
O advogado Adriano Brettas, que representa o empresário, defende que o assassinato não ocorreu devido ao som alto, mas porque os dois discutiram e entraram em luta corporal. “Aquela versão simplista que num primeiro foi alardeada, sujeito empresário mata o vizinho por causa de som alto, ao longo do processo isso foi desmistificado, foi descaracterizado. O fato de ter havido o som em volume excessivo foi apenas o estopim deflagrador de uma série de acontecimentos: houve ali uma discussão, essa discussão desencadeou uma luta corporal, eles disputaram a posse da arma de fogo e disparos foram deflagrados. Aliás, o primeiro deles vindo a atingir o meu cliente”, declarou durante participação no programa Balanço Geral Curitiba.
Ainda conforme Brettas, não é possível afirmar que os disparos foram feitos intencionalmente, pois um perito concluiu que o gatilho da arma era muito sensível. Assim como, o médico legista teria admitido a possibilidade de disparos involuntários.
A defesa do acusado alega também que o empresário desceu armado até o apartamento do vizinho porque Douglas “promovia balbúrdia” e apresentava, pelas redes sociais, comportamento agressivo. “Várias pessoas deram conta de que a nota distintiva de sua personalidade era ter pavio curto”, disse.
Brettas afirmou que irá recorrer a decisão da Justiça e tentar evitar que Antônio vá a júri popular.