Entregador de aplicativo morre após ter um AVC (Acidente Vascular Cerebral) durante o trabalho na zona oeste de São Paulo (SP). De acordo com o cliente responsável por divulgar o caso, Thiago de Jesus Dia chegou a esperar duas horas por atendimento.

O caso, que aconteceu no último sábado (6), em Perdizes, foi divulgado pela advogada Ana Luísa Pinto, que escreveu em uma rede social que solicitou a entrega de um alimento por meio do aplicativo Rappi.

Entregador de aplicativo morre em frente a cliente, em São Paulo

De acordo com ela, quando o entregador chegou em sua residência, ele se queixou de “dor de cabeça forte, náusea e pressão baixa”. Além disso, ela relatou que “ele tremia muito e vomitou algumas vezes”.

Em seguida, Ana Luísa afirma que acionou o SAMU, e correu pegar cobertores para manter o entregador aquecido. Logo depois, a testemunha conta que entrou em contato com a empresa.

“Sem qualquer sensibilidade, nos pediu para que déssemos baixa no pedido para que eles conseguissem avisar os próximos clientes que não receberiam seus produtos no horário previsto”.

Logo depois de acionar a empresa, a advogada contou nas redes sociais que ligou para um familiar do entregador, que apareceu minutos depois no local.

“Thiago desmaiou. Parecia que ele estava tendo uma convulsão, seu corpo e seu membros todos rígidos e sua respiração bastante dificultosa fazia bastante barulho”.

Conforme a jovem, ao ver a gravidade da situação ela resolveu acionar um veículo da Uber para levar o trabalhador ao hospital. Entretanto, quando o carro chegou ao local da ocorrência, o motorista da empresa de aplicativos de transporte individual também se negou a levar o jovem.

Minutos depois, um amigo de Thiago chegou ao local e o levou até o Hospital das Clínicas. De acordo com ele, o entregador deu entrada na UTI e seu diagnóstico foi de AVC.

Infelizmente, nesta segunda-feira (8), Ana Luísa contou que recebeu uma ligação da esposa de Thiago, que a informou sobre a morte do entregador.

“Foram duas horas aguardando socorro e omissão de seus empregadores e do Estado”, diz a jovem. “Lamentamos muito esta e todas as outras vidas perdidas em função do descaso e violência a que somos submetidos pelo poder público e pelas relações precarizadas de trabalho”, disse Ana Luísa.

Nota oficial da Rappi

Em nota, a Rappi informou que lamenta profundamente o falecimento do entregador e informa que está buscando melhorias em seus processos.

Além disso, a empresa afirma que está desenvolvendo um botão de emergência, que estará disponível dentro do aplicativo dos entregadores, por meio do qual os mesmos poderão optar por acionar diretamente o suporte telefônico da Rappi – que contará com equipe especializada – ou as autoridades competentes (caso se deparem com situações relacionadas à saúde ou segurança).

A reportagem do R7 também procurou a Uber e o SAMU, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria.

12 jul 2019, às 00h00.
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