Protesto contra o projeto que modifica a APA (Foto: Gabriel Ramos de Lima)
Projeto polêmico da Assembléia Legislativa ameaça diminuir drasticamente a extensão da área
Uma região que abrange, entre outras belezas naturais, o Canyon do Guartelá e o Buraco do Padre, que servem de motor para o turismo, está em risco. Isso devido a um projeto da Assembléia Legislativa do Paraná, que promete causar muito burburinho. Após um parecer aprovado no dia 13 de dezembro, a Assembléia pretende reduzir para menos de um terço o perímetro da Área de Proteção Ambiental (APA) da Escarpa Devoniana. Traduzindo em miúdos: diminuir drasticamente os 260 quilômetros de extensão da APA.
A área, segundo Carlos Hugo Rocha, Engenheiro Agrônomo e professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, foi criada no início dos anos 90 para, como disse em entrevista, “proteger um dos ecosistemas mais importantes do Paraná e do Brasil, que compreende as áreas dos Campos Gerais, e que é muito rico em biodiversidades, e uma das regiões mais espetaculares do Brasil e do mundo”. Carlos acredita que o projeto é “prejudicial para a própria APA e deixa de considerar todo o patrimônio histórico e cultural da Área de Proteção Ambiental”.
Hoje, a APA ocupa áreas direcionadas à agricultura e à pecuária. O projeto da Assembleia prevê a retirada de 237 mil hectares do local. Além de ser uma região responsável pela separação dos dois primeiros planaltos do Paraná, a APA da Escarpa Devoniana é necessária para a preservação da fauna e flora dos Campos Gerais. Ela serve para equilibrar os recursos naturais e o fortalecimento da economia turística, não só da área, mas do próprio Estado.
Mesmo sendo permitidas as atividades de agricultura e de pastoreio, e não se tratando de uma área de proteção total, a dissolução da APA promete trazer muito mais malefícios do que benefícios à geografia presente no Paraná.
Ademar Traiano (PSDB), Luiz Claudio Romanelli (PSB) e Plauto Miró (DEM) são os autores do projeto, que ainda será estudado e apresentado pelas comissões da Cultura, do Meio Ambiente e da Agropecuária para então ser votado.
Com o seu alcance, atingindo 13 municípios paranaenses, resta saber qual será o desfecho e o destino de um dos mais importantes cartões-postais do Paraná.
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