Lançamento de míssil é considerado uma agressão ao Japão. (Reuters)

Especialista diz que Kim Jong-un seria o maior prejudicado, já que não teria auxílio

*Do R7

A grande preocupação de que uma invasão americana à Coreia do Norte irá provocar um conflito mundial, ainda por cima nuclear, tem grandes chances de ser exagerada. Estrategicamente essa seria a pior das soluções, na opinião de Márcio Coimbra, coordenador do Curso de Relações Internacionais do Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais) de Brasília.

Tendo trabalhado em várias campanhas do Partido Republicano e conhecendo de perto a estrutura do governo dos Estados Unidos, ele afirma que a situação está caminhando para um desfecho mais simples. Nele, os maiores prejudicados serão, sem dúvida, a Coreia do Norte e o ditador Kim Jong-un.

— O presidente americano Donald Trump já está perdendo a paciência. Os Estados Unidos já pensam em invadir a Coreia do Norte neste contexto. E não apostaria que a Rússia iria interferir. A China poderia, mas não militarmente. Neste caso, a Coreia do Norte iria ser o único alvo. Kim Jong-un ainda vai se dar mal com essas provocações.

Coreia do Norte lança míssil, alertam militares sul-coreanos

Nesta quinta-feira (15, horário local), o governo de Jong-un comandou mais um lançamento de míssil que passou pelo território japonês e caiu no Oceano Pacífico, a cerca de 2000 km a leste do cabo Erimo, na ilha de Hokkaido, por volta das 7h16 locais (18h56 de Brasília). Foi o segundo míssil lançado sobre o país em menos de um mês.

O novo lançamento ocorreu um dia após a Coreia do Norte ameaçar usar armas nucleares para “afundar” o Japão e transformar os Estados Unidos em “cinzas e escuridão”, devido ao apoio americano às sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança contra seu último teste nuclear. Coimbra já considera uma agressão ao Japão, aliado dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, as últimas iniciativas norte-coreanas.

— A situação está se tornando perigosa porque uma falha nesses testes deverá desencadear uma guerra. Já estive em um instituto que prepara militares nos Estados Unidos. Pelo que conheci lá, é um país que trabalha sempre com um plano de contingência. Não tenho dúvida de que os americanos já têm pelo menos 40 missões programadas para agir na Coreia do Norte em caso de necessidade.

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