Ex-chefe de gabinete de Beto Richa é condenado a 10 anos de prisão

Publicado em 23 jan 2020, às 00h00.

O juiz federal substituto Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba, julgou parcialmente procedente as acusações do Ministério Público Federal do Paraná contra Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete do ex-governador Beto Richa (PSDB), que foi condenado a dez anos e cinco meses em regime inicial fechado. Também foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e fraude à licitação, além de pagamento de multa.

Julgado na mesma ação penal, o empresário Jorge Theodócio Atherino, operador financeiro do grupo político que comandava o estado do Paraná entre 2011 e 2018, também foi condenado pela prática do crime de corrupção passiva.

Atherino foi condenado a quatro anos, nove meses e 15 dias de prisão em regime inicial semiaberto. Tanto Roldo como Atherino foram absolvidos das imputações do crime de lavagem de dinheiro.

Também foram condenados executivos e funcionários da construtora Odebrecht, denunciados pelo MPF-PR. O ex-governador é réu em outra ação penal, que ainda está em tramitação.

Operação

A corrupção no governo do Paraná foi investigada na 53ª fase da Lava Jato. Na ocasião, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária, além de diversos mandados de busca e apreensão no Paraná, em São Paulo e na Bahia. O objetivo foi aprofundar as investigações sobre a prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude à licitação referentes à duplicação da PR-323, favorecendo a empresa Odebrecht.

E em 5 de setembro de 2018, a força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná denunciou 11 pessoas pelos crimes de corrupção (ativa e passiva) e lavagem de dinheiro. As provas embasaram a acusação revelaram o pagamento de propinas pela Odebrecht para obter favores ilegais relacionados à Parceria Público Privada (PPP) para exploração e duplicação da PR-323, entre os municípios de Francisco Alves e Maringá, durante o ano de 2014, cujo valor era de R$ 7,2 bilhões.

Entre os denunciados, estão o empresário Jorge Theodócio Atherino, apontado como “operador” (intermediário que gerenciava as propinas) do ex-governador Carlos Alberto Richa (Beto Richa), e o ex-chefe de gabinete deste último, Deonilson Roldo; além de Adolpho Julio da Silva Mello Neto, Benedicto Barbosa da Silva Junior, Fernando Migliacchio da Silva, Luciano Riberiro Pizzatto, Luiz Antônio Bueno Junior, Luiz Eduardo Soares, Maria Lucia Tavares, Olívio Rodrigues Junior e Álvaro José Galliez Novis.