Ex-governador do Rio é réu na operação Chequinho (Foto: Renato Araújo/ABr/Arquivo)

Detenção foi durante programa de rádio apresentado por ele

* Com informações do R7

O ex-governador do Rio, Anthony Garotinho (PR) foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (13), enquanto apresentava seu programa diário na Rádio Tupi, por volta das 10h30, em São Cristóvão, zona norte da cidade.

A transmissão do programa Fala Garotinho foi interrompida e um dos locutores chegou a dizer que o ex-governador tinha ficado sem voz.

“Nosso Garotinho até tentou fazer o programa hoje, mas a voz foi embora. A orientação médica é que ele pare de falar. Tem que se cuidar”, afirmou.

Contra ele, foi cumprido um mandado de prisão domiciliar, expedido pela Justiça de Campos. Os agentes da Polícia Federal estão conduzindo o ex-governador para o município, no norte fluminense, onde a medida será cumprida. A decisão estabelece ainda que o ex-governador utilize uma tornozeleira eletrônica e limita o contato dele aos advogados e familiares.

No entendimento da Justiça, a prisão se faz necessário porque Garotinho estaria intimidando testemunhas e atrapalhando as investigações. Há uma denúncia, que ainda está sendo investigada, de tentativa de suborno ao juiz responsável pela Operação Chequinho, o magistrado Glaucenir de oliveira. 

 

A operação Chequinho investiga o uso eleitoral do programa Cheque Cidadão para compra de votos no município de Campos. Garotinho é suspeito de liderar o esquema e havia sido preso em novembro do ano passado, porém teve a prisão revogada por decisão unânime do TSE (Tribunal do Superior Eleitoral).

Na ocasião, a prisão foi decretada pelo juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da 100ª zona eleitoral.

Outro lado

O advogado Rafael Faria, que defendeu Garotinho durante parte desse processo, mas renunciou recentemente por “se tratar de um processso político”, falou ao R7 sobre o caso.

— Por mais esforço que fosse feito pela defesa, tudo o que a defesa fazia era refutado. Isso [prisão] iria acontecer de qualquer forma. O juiz de lá [de Campos] tem um comportamento de perseguição em relação ao ex-governador.

Ele ainda acrescentou que não causa estranhamento o fato de a prisão ocorrer logo após Garotinho manifestar intenção em disputar o governo do Rio no ano que vem.

Em nota, o atual advogado de Garotinho, Carlos Azeredo disse repudiar os motivos apresentados para a prisão do ex-governador e que “a decisão de mantê-lo preso em casa, em Campos, tem a intenção de privá-lo de seu trabalho na Rádio Tupi e em seus canais digitais e, com isso, evitar que ele continue denunciando políticos criminosos importantes, alguns deles que já foram até presos”.

A defesa de Garotinho negou todas as acusações, que chamou de “suspeitas infundadas”. Afirmou também que a “prisão domiciliar, além de não ter base legal, causa danos à sua família já que o impede de exercer sua profissão de radialista e sustentar sua família”.

O advogado de Garotinho informou que irá recorrer da decisão.

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