São Paulo, 14 – O BTG afirmou em relatório que a safra 2019/20 do Brasil deve ter produção volumosa de grãos, especialmente por se tratar de um ano sem efeitos de El Niño ou La Niña; no entanto, a falta de chuvas em setembro “fez alguns produtores atrasarem o plantio de soja”, diz relatório assinado por Thiago Duarte, Pedro Soares e Henrique Brustolin.

Embora o banco afirme que esse atraso não acrescenta muito risco à soja, é destacado que o plantio cedo da oleaginosa é importante para que a segunda safra de milho ocorra sob as condições adequadas.

Para o BTG, o cenário de alta nos preços de soja e milho – que subiram 10% e 13%, respectivamente, desde o início de setembro – é favorável à SLC Agrícola e à BrasilAgro, que ganham oportunidade de aumentar suas posições de hedge. Mesmo assim, o banco mantém posição de cautela para companhias mais voltadas à agricultura, em especial a SLC.

Para companhias de proteína do Brasil, há riscos de alta nos custos com alimentação animal, já que os preços atuais do milho no Brasil estão apenas 4% acima da paridade de exportação, “o que significa que preços internacionais devem ser vistos como piso”.

Mesmo assim, o banco reitera perspectiva positiva para o setor, com JBS e Minerva como recomendações principais, em particular em decorrência do ciclo positivo e dos efeitos da peste suína africana.

Já a perspectiva para algodão é menos otimista, com previsão de que preços melhorem apenas no segundo semestre de 2020. Até lá, a recuperação deve ser freada por incertezas ligadas à disputa comercial entre Estados Unidos e China, preços baixos do petróleo e economias fracas dos principais países consumidores.