Foz ganha associação para atendimento de mulheres presas

A recém-criada Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Foz do Iguaçu será a primeira do Estado dedicada ao atendimento de mulheres presas. O novo modelo de gestão da execução penal em implantação no Paraná privilegia a recuperação do preso, pela educação e trabalho, num ambiente sem agentes de carceragem.

A falta de tratamento penal adequado para presas é histórica. “A Apac de Foz terá seus trabalhos voltados às mulheres que têm direito à progressão para o regime semiaberto, possibilitando que tenham tratamento mais humano”, afirma a secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes. Futuramente, a instituição poderá atender homens presos do regime semiaberto.

A Apac de Foz foi instalada no dia 4 e atenderá as internas do Centro de Reintegração Social Feminino, anexo à Cadeia Pública Laudemir Neves. Esta é a quinta unidade instalada no Estado. As Apacs começaram por Barracão, cujo convênio foi assinado pelo governador Beto Richa no fim do mês passado. O apoio à criação das associações faz parte dos esforços do governo para reduzir o déficit de vagas no sistema prisional e humanizar a execução penal.

A Apac foi idealizada e fundada no Brasil em 1972, pelo advogado e escritor paulista Mário Ottoboni, como órgão auxiliar da Justiça. Trata-se de uma entidade civil de direito privado, sem fins lucrativos, que tem por princípio básico atuar com a participação de voluntários, devidamente preparados, a fim de socializar quem cumpre pena privativa de liberdade, evitando a reincidência no crime.

Diferentemente do sistema carcerário comum, os presos são corresponsáveis pela sua recuperação. Eles recebem assistência espiritual, social, médica, psicológica e jurídica prestada por voluntários da comunidade. Também têm acesso a cursos regulares e profissionalizantes, além de oficinas e outras atividades que contribuem para a reinserção social.

De acordo com a secretária Maria Tereza, nas unidades geridas por esse modelo a reincidência fica em torno de 7% a 9%, enquanto no sistema prisional convencional a média nacional é de 70%.