O jovem, que estava morando temporariamente no Paraná, teria dito a traficante e usuário de drogas que pertencia ao Comando Vermelho
*Com informações de Helen Anacleto, repórter da RICTV Curitiba
O jovem carioca que foi brutalmente assassinado em Curitiba, no Paraná, no dia 11 de agosto de 2017, foi alvo do Primeiro Comando da Capital (PCC) após dar a informação falsa de que pertenceria ao Comando Vermelho, segundo as investigações da Polícia Civil do Estado.
Heverton Silva Assem, de 22 anos, mudou-se temporariamente para o Paraná com o intuito de fazer um curso de capacitação em um grande restaurante da cidade. Depois de finalizado, ele voltaria para o Rio de Janeiro para trabalhar em um restaurante na Barra da Tijuca. No entanto, um destino trágico esperava por ele, após três semanas morando na capital – ele ainda ficaria outros dois meses – acabou morto.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, na noite do crime, ele e um amigo foram até a Praça Tiradentes, no centro de Curitiba, para comprar drogas. Lá, ele conheceu as duas pessoas que colocaram um fim trágico na sua vida. Durante uma conversa com usuário e traficantes de drogas do local, ele teria dito que pertencia ao Comando Vermelho. A polícia acredita que foi essa informação falsa que decretou sua morte. “Esse rapaz, o Heverton, ele foi então atraído para uma tocaia e, infelizmente, naquela oportunidade, ele acabou sendo vítima de um bárbaro crime”, disse Fábio Amaro, delegado responsável pelas investigações.
Selvageria
A polícia só descobriu que o jovem estava morto depois que teve acesso a um vídeo que foi descoberto por acaso. O filme estava dentro de uma pendrive encontrado em um carro que havia sido roubado no Paraná e abandonado em São Paulo.
Nas imagens, filmadas por uma mulher, os criminosos mostram exatamente o momento em que o jovem carioca é morto com requintes de crueldade. Dois homens aparecem degolando a vítima e em seguida decapitando o jovem com um facão. Depois de arrancada a cabeça, ainda é possível vê-los abrindo o peito de Herverton com um facão e retirando o coração de dentro. A todo momento ele tripudiam da situação e, inclusive, exibem a cabeça do morto para a câmera.
Acusados
Em dezembro de 2017, a polícia prendeu o casal Julia Beatriz da Silva e Kevin Luiz Marques foi detido. Eles, juntamente com um homem identificado como Alisson Nakai, eram os principais suspeitos do homicídio. Segundo a polícia, Kevin é integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) facção rival do Comando Vermelho.
“Eles alegam que seriam pertencentes a uma facção existentes nos presídios brasileiros, o PCC. E que a vítima teria sido morta em razão de ter dito que seria participante de uma organização criminosa rival, o Comando Vermelho” completa o delegado.
Alisson, suspeito de ter decapitado Heverton, foi morto durante um confronto com a Polícia Militar ainda em 2017. Julia e Kevin continuam detidos no sistema penitenciário. Os dois atuavam como traficantes de drogas na região central de Curitiba e estiveram com a vítima na noite que ela desapareceu.
Motorista de Uber
Na sequência das investigações, a polícia prendeu um quarto suspeito de ter participação no assassinato. O motorista de uber Gessimar Rodrigo Santos, conhecido como Sheik, é suspeito de ter levado a vítima e os criminosos até o local do crime. “Esse transportador do Uber, ele trabalhava para uma organização criminosa. Ele seria transportador de vários traficantes e também de entrega de drogas, segundo os testemunhos trazidos aos autos”, afirma o delegado.
Gessimar ainda teria levado os criminosos de volta ao centro depois do assassinato. No entanto, ele diz não lembrar do endereço onde foi buscá-los. Preso, ele chora, nega trabalhar para o crime e diz que conhecia os criminosos apenas da rua. “Meu único envolvimento foi fazer uma corrida para esse pessoal”, completa o delegado. No entanto, os investigadores afirmam que ele aparece em uma foto ao lado de um dos assassinos, o que indicaria intimidade e conhecimento prévio.
Todos os suspeitos foram indiciados por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Porém para que o caso seja encerrado, o corpo de Heverton ainda precisa ser encontrado “Agora os objetivos da especializada estão sendo no sentido de que esse rapaz preso contribua e nos diga onde foi que aconteceu o fato. Onde ele teria deixado a vítima e se, por ventura, ele participou da desova dos restos mortais”, finalizou Amaro.
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