Juiz federal Vallisney Oliveira decidiu nesta quarta-feira (4) que faltam provas contra o ex-ministro
O juiz federal Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, absolveu o ex-ministro Geddel Vieira Lima, nesta quarta-feira (4), do crime de obstrução de Justiça.
Em agosto de 2017, Geddel – que está na solitária por falta disciplinar – virou réu depois de ter sido acusado pelo MPF (Ministério Público Federal) de tentar atrapalhar as investigações das operações da PF (Polícia Federal) Cui Bono e Sépsis, que apuram desvios no fundo de investimentos do FI-FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
De acordo com o MPF, Geddel tentou evitar a delação premiada do empresário Lúcio Funaro, operador financeiro do suposto esquema de corrupção. Segundo a denúncia, o ex-ministro teria tentado constranger Funaro, telefonando diversas vezes para a mulher dele, Raquel Pitta, enquanto o doleiro estava preso. As ligações teriam o propósito de convencê-lo a não se tornar um delator.
Vallisney Oliveira absolveu o ex-ministro por falta de provas. “Não há prova de que os telefonemas tenham consistido em monitoramento de organização criminosa, tampouco de que ao mandar um abraço para Funaro, nos telefonemas dados a Raquel, o acusado Geddel de maneira furtiva, indireta ou subliminar, mandava-lhe recados para atender ou obedecer à organização criminosa.”
Geddel foi preso preventivamente em 2 de julho de 2017, no âmbito da Operação Cui Bono. Dez dias depois de ser detido, o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) autorizou que cumprisse prisão domiciliar. Em 8 de setembro, porém, o ex-ministro voltou a ser preso depois de policiais federais apreenderem R$ 51 milhões em um “bunker” em Salvador.