Raquel Dodge, procuradora-geral da República, entregou ao STF na tarde desta sexta-feira (24) a denúncia contra a senadora Gleisi Hoffmann
*Com informações da Secretaria de Comunicação Social da PGR
A procuradora-geral da república, Raquel Dodge, expediu na tarde desta sexta-feira (24) seu parecer sobre a Ação Penal (1003) contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR), o ex-ministro Paulo Bernardo e o empresário Ernesto Rodrigues. As alegações finais foram entregues ao Supremo Tribunal Federal (STF) e pedem que a presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann, seja condenada por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Lava Jato.
O esquema
A denúncia foi recebida pela corte em fevereiro deste ano e segundo Raquel Dodge o esquema viabilizou o pagamento da propina de R$ 1 milhão usado na campanha de Gleisi Hoffmann ao Senado, em 2010.
O dinheiro vinha de empresas que possuíam contratos com a Petrobras e era arrecadado pelo então diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa. Posteriormente, repassado ao doleiro Alberto Youssef e repassado por ele a Ernesto Rodrigues.
Dinheiro vivo
Todo o dinheiro teria sido entregue em espécie, de forma parcelada, e não foi registrado na prestação de contas da campanha da candidata. Ernesto Rodrigues era o responsável por transportar as quantias de São Paulo para Curitiba e abastecer o ‘caixa’ da campanha.
De acordo com o juízo da procuradora-geral, o sistema adotado para transitar o dinheiro prova a existência de dolo, já que era “mais caro e arriscado que qualquer transferência bancária ou doação eleitoral lícita’, escreveu.
O ex-ministro Paulo Bernardo também é citado na denúncia.(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Condenação
A condenação solicitada por Raquel Dodge pede a condenação solidária dos réus ao pagamento de R$ 4 milhões como reparação aos danos materiais e morais causados pelos crimes praticados. O montante equivale a quatro vezes o valor da propina. Também foi solicitada a perda da função pública dos réus.
Penas agravadas
A PGR acredita que as penas de Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo sejam agravadas porque são políticos de longa data e com extensa experiência. “Mais que corrupção de um mero agente público, houve corrupção em série, de titulares de cargos dos mais relevantes da República, cuja responsabilidade faz agravar sua culpa na mesma proporção”.
Defesa
Segundo o site Agência Brasil, o advogado da senadora, Rodrigo Mudrovitsch, afirmou que ainda não teve acesso aos documentos emitidos pela PGR.
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