Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Números mostram a dimensão do isolamento de Dilma Rousseff

A Câmara dos Deputados aprovou neste domingo (17) o
prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A
vitória da oposição atingiu um total de 367 votos a favor da admissibilidade do
processo. Votaram contra 137 parlamentares. Houve sete abstenções e duas
ausências.

Apesar de ter oferecido cargos em troca de votos, Dilma não
conseguiu reunir os 172 parlamentares necessários para barrar o impeachment na
Casa. Apenas PT, PC do B e PSOL permaneceram totalmente fiéis à Dilma na
votação em plenário, que começou às 17h46.

A presidente, de acordo com políticos ligados a ela, afirmou
que não renunciará ao cargo para o qual foi eleita pela segunda vez em 2014 e
disse que vai lutar para manter o mandato no Senado.

A vitória da oposição foi comemorada nas ruas das principais
capitais brasileiras
, logo após o plenário da Câmara dos Deputados ter
referendado o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que recomendou o
julgamento de Dilma no Senado pelo crime de responsabilidade fiscal.

De acordo com o relator, a presidente desrespeitou a lei na
abertura de créditos suplementares, por meio de decreto presidencial, sem
autorização do Congresso Nacional e tomou emprestados recursos do Banco do
Brasil para pagar benefícios do Plano Safra, nas chamadas pedaladas fiscais.
Dilma nega ter cometido crime. A sessão deste domingo foi presidida por Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta
das investigações da Operação Lava Jato.

A partir de agora, confirme o rito do impeachment
determinado pelo Supremo, o processo será analisado pelos senadores. O
vice-presidente Michel Temer (PMDB) acompanhou a votação no Palácio do Jaburu,
junto de aliados. Conforme o STF, Temer só assumirá o cargo se Dilma renunciar
ou após o Senado considerar a denúncia admissível e decidir que ela precisa ser
afastada por até 180 dias, período no qual acontecerá o julgamento final da
presidente na Casa, composta por 81 senadores. A previsão é de que essa etapa
do processo dure ao menos até a primeira quinzena de maio.

Neste domingo, o Placar do Impeachment no Senado do jornal O
Estado de S. Paulo mostra que a situação é desfavorável ao governo: 44 senadores
seriam favoráveis ao impeachment e 21 seriam contra o afastamento da
presidente.